Mark3r nos tímpanos
publicado por Anónimo

Ah pois é, ainda que o Aza vos tenha dado Nirvana no último post, os vossos "zuvidos" andam muito descansaditos, por isso aqui está o vosso pesadelo musical de volta, para agitar essa timpanária e trazer mais uma banda que pouca gente conhece, no entanto quem sabe do que falo é fã pela certa, continuemos então na música de fusão...

Body Count, quem conhece? Quem sabe o que é? Tão poucos?
Vamos lá tentar cativar mais alguns...

Los Angeles 1990, o famoso rapper Ice T, decide formar uma banda que fuja aos estereótipos da música negra feita na altura, ainda que as suas origens musicais nada tenham a ver com o "monstro" que acaba de criar, recruta um amigo de longa data chamado Ernie C, para a guitarra e o ajudar na co- produção do primeiro álbum da banda, Ernie C estava há algum tempo ligado a uma corrente mais pesada, tendo colaboração frequente na produção de obras para os Stone Temple Pilots, Rage Against the Machine e inclusivamente os miticos Black Sabbath no álbum "Forbidden".
Tendo um elemento desta categoria a bordo do projecto, faltava rechear o mesmo com outros músicos de qualidade que percebessem bem os objectivos da banda e aquilo que Ice T queria, as restantes escolhas recaíram em Mooseman também um amigo de Ice T (assassinado em 2001) para o baixo, Beatmaster V (Victor Ray Wilson, faleceu em 1996 devido a leucemia) para a bateria, e finalmente D-Roc (falecido de cancro em 2004) para a guitarra ritmo. que dizia do seu estilo de tocar incomparável que era o estilo Ghetto Metal.

E sim, nos últimos 10 anos morreram 3 membros dos Body Count, é dificil manter uma banda assim...

O primeiro êxito da banda gera imediatamente grande polémica, a canção chama-se Cop Killer, escrita em conjunto por Ice-T e Ernie, no principio da década de 90 é banida da maior parte das rádios, censurada em quase todo o mundo e a editora pressiona a banda ao máximo, tanto para retirar o tema nas novas edições do álbum, como de a tocarem ao vivo, a muito contragosto Ice-T acaba por aceitar as imposições, nasce uma lenda...

Mas no meio disto tudo, afinal o que eram, ou o que tocavam (e tocam) os Body Count?
Uma mistura de Punk Hardcore, com Heavy Metal, só que com um rapper a vocalista e afastando-se assim do normal no Heavy a que estamos habituados, eu pessoalmente classifico a banda dentro do "trash metal" mas podem haver e têm que se aceitar outros rótulos.
Body Count é sobretudo uma banda racista, não vou sequer dourar a pílula, Ice-T nas suas letras expõe toda a sua raiva ao homem branco, a todas as injustiças e descriminações que os pretos são alvo nos EUA, mas de uma forma inteligente e ao mesmo tempo sem nunca deixar de "malhar" também nos próprios pretos que contribuem para a situação dos afro-americanos nos EUA.
O primeiro álbum, de nome homónimo da banda, Body Count, quando prestada atenção devida às letras, é uma obra lixada para quem é branco (eu sou branco ;) ) ouvir, Ice-T não tem contemplações, descorre desde a vida dos suburbios, passando pelo Ku Klux Klan e até ao ódio que os pretos têm pelos brancos, de uma forma crua, cruel, sarcástica e sobretudo violenta, claro que um dos seus principais alvos tinha que ser a policia.

Devia deixar como primeiro video sobre a banda o célebre Cop Killer, mas optei por vos dar mesmo a apresentação da banda por Ice-T, para que possam perceber desde o inicio aquilo que aí vem, não liguem ao video parvinho feito por estes putos ao som da música, o meu dilema é simples, o tema aparece na banda sonora original do filme Universal Soldier, com Van Damme e Dolf Lundgren, só que essa versão é uma remix do tema original e não tem a apresentação violenta da banda com que os concertos costumam abrir, como tal estes putos a fazerem parvoices ao som do tema original foi o melhor que encontrei, esqueçam as figurinhas e oiçam a música, agradecido ;)

Body Count´s in Tha House



Ainda que tenha aceite remover o tema Cop Killer do álbum, Ice-T e sua banda não perdem a oportunidade de recriar o tema com os Dead Kennedys de Jello Biafra.
A brincadeira valeu-lhes o despedimento da editora Warner Brothers, uma "major" e consequente passagem para a indie "Sophomore".

Mas afinal, porquê tanta controvérsia com Cop Killer, bem, se o nome da música não revela logo tudo, aqui fica a melhor versão que encontrei (isto é quase uma raridade)


E para que se perceba o porquê da controvérsia, fiquem com a letra:
I got my black shirt on.
I got my black gloves on.
I got my ski mask on.
This shits been too long.
I got my twelve gauge sawed off.
I got my headlights turned off.
Im bout to bust some shots off.
Im bout to dust some cops off.

Im a cop killer, better you than me.
Cop killer, fuck police brutality!
Cop killer, I know your familys grieving,
(fuck em!)
Cop killer, but tonight we get even, ha ha.

I got my brain on hype.
Tonightll be your night.
I got this long-assed knife.
And your neck looks just right.
My adrenalines pumpin.
I got my stereo bumpin.
Im bout to kill me somethin.
A pig stopped me for nuthin!

Cop killer, better you than me.
Cop killer, fuck police brutality!
Cop killer, I know your mommas grieving,
(fuck her!)
Cop killer, but tonight we get even, yeah!

Die, die, die pig, die!

Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!

Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Yeah!

Cop killer, better you than me.
Im a cop killer, fuck police brutality!
Cop killer, I know your familys grieving,
(fuck em!)
Cop killer, but tonight we get even, ha ha ha ha, yeah!

Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!

Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Fuck the police!
Break it down.

Fuck the police, yeah!
Fuck the police, for darryl gates.
Fuck the police, for rodney king.
Fuck the police, for my dead homies.
Fuck the police, for your freedom.
Fuck the police, dont be a pussy.
Fuck the police, have some muthafuckin courage.
Fuck the police, sing along.

Cop killer!
Cop killer!
Cop killer!
Cop killer!

Cop killer! whaddyou wanna be when you grow up?
Cop killer! good choice.
Cop killer! Im a muthafuckin
Cop killer!

Cop killer, better you than me.
Cop killer, fuck police brutality!
Cop killer, I know your mommas grieving,
(fuck her!)
Cop killer, but tonight we get even!

Mas as pessoas falham sempre quando se trata de separar a polémica da verdadeira qualidade musical de uma banda, nem vou tecer juizos de valor a Cop Killer, incitar o pessoal a matar policias, cada um que tire a conclusão que a sua consciência ditar, no entanto, Body Count tem outras pérolas...

Aqui fica The Winner Looses, um hino contra a droga:



E claro para terminar o fantástico Born Dead, do segundo álbum em 1994





Mesmo com tanta tragédia a rodear a banda, já que apenas Ice-T e Ernie C restam vivos da formação original, a banda não acabou e no final de 2006 mandou cá para fora o seu último álbum, Murder 4 Hire, com novos elementos, rotativos, não se percebendo bem qual a verdadeira formação da banda no momento.

Não há muito material de qualidade disponivel para postar aqui dos Body Count, aconselho a todos os fãs de Metal que não conheçam, para procurar pelo menos o primeiro álbum, Body Count, que é realmente uma obra prima, temas como KKK Bitch, Mama, There goes the neighboord, etc, são obrigatórios...

Ficha técnica:

Body Count, California 1990, considerados os fundadores do Rapcore e do Rapmetal

Membros fundadores: Ice-T, Ernie C, Mooseman, Beatmaster V e D-ROC

Discografia

Body Count, 1992, existem duas versões, uma com o tema Cop Killer, outra sem...

Born Dead, 1994

Violent Demise, 1997

Murder 4 Hire, 2006


E para terminar esta minha incursão pela fusão entre Rap e música mais pesada, porque pretendo partir nos próximos posts para outras paragens ainda mais alternativas e estranhas, deixo-vos o excelente tema, Another Body Murdered, uma colaboração entre os eternos Faith No More de Mike Patton e os Boo-Ya- Tribe, simplesmente avassalador...




Página Inicial
Anonymous Anónimo: Por acaso Body Count deve ter sido das primeiras bandas a misturar géneros que me lembro de ouvir. Tenho uma (muito) vaga ideia de ter ouvido algo antes da "Born Dead", mas é dessa que me lembro melhor. E a única que consigo nomear de momento. :P
Não tinha tanta ideia da vertente racista, mas também não é isso que me faz diferença, sinceramente. Dentro da relativa importância que têm na minha 'formação' musical, continuo a achar que foram uma banda de viragem, e muitas que se seguiram mais não fizeram do que tentar imitá-los.

Hei-de dar um saltinho ao passado para ouvir mais umas coisas. Abriste-me o apetite. :) 08/03/07, 11:47  

Blogger Diogo Azevedo: Body Count não me suscitou tanto interesse na banda como os Atari Teenage Riot, porém adorei a música dos Faith No More com os Boo-Ya T.R.I.B.E., já que adoro a voz do Mike Patton e ele tem um jeito especial para fundir Rap com Rock.

Parabéns por outro post excelente! 08/03/07, 20:56  

Blogger Unknown: didi, ele tem um jeito especial para fundir tudo com tudo diga-se verdade :)

Fika para depois, é mais da tua área... 08/03/07, 22:51  

Blogger Talionis: Este tipo de temáticas nunca me puxou muito, mas há já uns bons anos ouvi uma dos Bodycount e até hoje ficou-me na memória. Não o suficiente para me levar a procurar mais... mas admito que é uma fusão bem conseguida. 08/03/07, 23:23  

Blogger FM: Body Count, Body Count,...

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ouvi esta música, por volta de 93 (estou a ficar velho). Fiquei completamente passado com o som dos Body Count porque era diferente de tudo o que se ouvia na altura.

Posso-me orgulhar de ter os cd's Body Count e Born Dead. Sinceramente nunca mais ouvi falar deles nem sabia estas tragédias.

Excelente escolha boss!


Abraço
Adolfo 10/03/07, 23:44  

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