Rust in Peace - Crítica
publicado por Diogo Sequeira

Auto comprometi-me a criticar este álbum, considerado por muitos, a bíblia sonora do Thrash Metal, e no geral, um dos melhores discos dentro do estilo. Dave Mustaine, depois de recambiado dos Metallica (Mustaine, Hetfield, Ulrich, Burton – a formação original, e que me prometia muito, muito mesmo, apesar de ter adorado a evolução que a banda fez durante a década de oitenta, como bom fã de metal que sou), juntou David Ellefson, o baixista, Gar Samuelsson, o baterista e Chris Polland, o segundo guitarrista então, num projecto cuja ambição inicial era superar os Four Horseman (que entretanto encontraram o virtuoso Kirk Hammet – sem dúvida um bom substituto para o lugar de Dave), quer em profundidade musical e lírica, quer em poder e peso do produto final. Quem conhece suficientemente bem Megadeth, e ouviu também Kill ‘em All dos Metallica, pode afirmar que a influência de um dos músicos mais importantes do mundo do rock é de facto enorme, quer no tipo de solos e no novo trabalho ao nível dos riff’s, em comparação com as bandas que estão na origem do estilo, como por exemplo os Black Sabbath ou os Blue Oyster Cult (oiçam Metal Militia e Seek and Destroy, e podem sentir demarcadamente a quinta-essência Mustaine, presente de forma mais aberta depois, nos primeiros álbuns dos Megadeth. O som espectacular e, permitam-me o exagero, revolucionário, veio a constituir de facto uma frustração, ao ter sido corrompido pela saída deste, apesar de, ainda mais frustrante para a pessoa em questão, o conceito não ter sido abortado, e de ter constituído um pilar para a ascensão dos Metallica como uma da maiores referências do Rock – está explicada a rivalidade.)

Sugem assim em 1983 os Megadeth, banda cuja formação foi sempre um organismo em constante mutação, já que do principio, até 1990 (data do lançamento do álbum em questão) a bateria, tal como a guitarra, albergaram três intérpretes diferentes, cada. É com a chegada de Nick Menza à bateria, e com o peculiar Marty Friedman na guitarra, relegando assim Mustaine para um papel mais ritmíco no seio da banda, para além dos seus créditos de compositor, quase exclusivos desde que a banda começou, e ainda o membro fundador, David Ellefson no baixo – constituíram, e deram a conhecer ao mundo este Rust in Peace - aquela que foi chamada de formação clássica, e que na minha opinião, deu conta dos melhores concertos e gravou o melhor material (também Countdown to Extinction e Youthanasia – que para mim, juntamente com Peace Sells But Who’s Buying ? formam a quadrilha essencial de obras-primas da banda norte americana).

Apesar de nunca ter sequer tentado aproximar-se do mainstream, e de ter mantido uma erudita lógica de feud (fãs de wrestling, bem que conhecem esta palavra) com os Metallica, que estavam de momento a preparar a sua afirmação popular com o Black Álbum; este álbum representa um sucesso enorme, traduzido em reconhecimento de crítica instantâneo, e numa autêntica beatificação do líder da banda dentro de um círculo restrito, mas alargado. É daqueles álbuns que definem um estilo, e que resistem ao tempo quase intactos, uma vez que estão intrincadamente na base de outros que lhe sucedem, ditando regras e formas que normalmente, não são ultrapassadas em qualidade; para além do conceito, que é um valor maior, e intacto, quando surge por si.

Rápido, extremamente técnico e pesado. Possui alguns dos melhores solos que tive o prazer de ouvir, e certamente, dos mais interessantes e raros, dada a colaboração entre a máquina compositora que é Mustaine, com Marty Friedman, cujas palavras técnico e exótico são boas definições do estilo deste estudioso das cordas. O trabalho do baixo está também bastante bom, e em concordância com a globalidade do som da banda, em consequência da importância adquirida por parte de Ellefson como membro fundador na composição, e no seu entendimento de longa data com o principal escritor de riff’s, que… se pode dizer que está em forma, o que para quem se pode dar ao luxo de ter algum entendimento no trabalho que Dave Mustaine tem vindo a desenvolver, diz muito. Para quem ainda não teve essa oportunidade – originalidade, variedade, sequência, coerência e imagética – são algumas características das composições de um criador extraordinário; de um letrista competente e inteligente (crítica corrosiva ao G8, aos Estados Unidos da América, à ameaça nuclear, à hipocrisia do sistema, à distribuição de riqueza – alguns dos temas mais recorrentes na sua obra), e ainda, de um powerhouse riffer.

Tornado of Souls, Take no Prisioners e Five Magics são pontos altos, com alguns dos melhores riffs do álbum, porém, o pódio, fica entregue a Hangar 18, Holy Wars… The Punishment Due e Rust in Peace, Polaris. Contém os melhores solos, e no geral, são as composições mais trabalhadas e bem conseguidas – também as mais longas, num álbum onde por vezes a duração das músicas não consegue corresponder à sua qualidade. Uma objecção ao estatuto pró-olímpico do álbum é o facto da deficiente técnica vocal de Dave Mustaine, que apesar de tudo, considero ter aqui uma das melhores prestações. Há quem não suporte o seu timbre e o seu estilo de cantar. Não gosto nem desgosto, apesar de saber apontar insuficiências. No entanto, acho que o álbum não perde por aí, e que a voz arranhada e selvagem dos Megadeth aparece em concordância com a brutalidade e poderio do seu som. Obra-prima do estilo, altamente recomendável.

Ficha Técnica do àlbum:

Rust in Peace
Lançado a: 24 de Setembro de 1990
Género: Thrash Metal
Editora: Capitol Records
Produtores: Dave Mustaine e Mike Clinck



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Anonymous Anónimo: O meu grande arqui rival.. Mustaine :p Um homem cheio de talento sem duvida embora eu seja daqueles q n gosta la mt da voz, mas que tem como grande defeito a sua grande instabilidade que levou à saída dos metallica e ja o levou a ter tlv c exagero dezenas de companheiros de banda nos megadeth.. n fosse isso tlv teria tido uma carreira bem melhor! qt ao album.. holy wars é relamente excelente, e pa kem gosta de uns bons solos é o album certo :) 11/06/07, 12:09  

Anonymous Anónimo: *realmente
Concluindo qt aos solos.. penso que ele comparativamente ao Hammet dos metallica ganha vantagem..penso mesmo k os metallica teriam mt a ganhar c a sua presença (ainda k mentalmente saudavel) na banda! 11/06/07, 12:13  

Blogger Lex: Embora goste de Megadeth, não foi este álbum que me marcou, mas sim o Countdown to Extinction.
A bem da verdade e para minha vergonha - e não duvidem que me irei vergastar furiosamente por isto - tenho que dizer que já estive com este álbum nas mãos por muitas vezes, já ouvi as músicas soltas, mas nunca o devo ter ouvido decentemente de uma ponta à outra.
No entanto, julgando pelas músicas que conheço, mantenho a impressão inicial (e meramente pessoal) de que o Countdown é mais marcante que este Rust. Não lhe tirando lá por isso a sua importância no panorama metaleiro em geral. 13/06/07, 15:19  

Anonymous Anónimo: Cá vai o meu primeiro comentário: É sem dúvida um grande álbum o "Rust in Peace", talvez o melhor feito pelos Megadeth.
Só conheço Megadeth há coisa de 2 anos e apesar de ter ouvido umas músicas soltas no seu início, as músicas do "Rust in Peace" estão de facto bem trabalhadas e com grandes solos. Fico feliz em saber que este álbum marcou o início de uma das grandes formações de Metal de sempre: Mustaine, Ellefson, Menza e Friedman (tenho pena que este quarteto já não esteja junto). A minha música preferida deste álbum é sem sombra de dúvida o Tornado of Souls seguido pelo Hangar 18. Holy Wars... The Punishment Due é também uma grande malha.
Para quem goste de Thrash Metal como eu gosto, é sem dúvida um álbum para ouvir e ouvir, só grandes malhas.
Penso que na crónica está tudo dito, bom trabalho e continua assim.
Saudações Metaleiras \m/ 14/06/07, 12:59  

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