Paredes de Coura - Parte II
publicado por Diogo Azevedo

Esta é a continuação da crónica da semana passada.

Dia 13:

O meu dia 13 começou com um concerto de selo nacional, uma nova aposta que tem mais qualidade que reconhecimento: Mundo Cão.
Foi um dos melhores concertos do festival, com um bom alinhamento e destaco as músicas "Caixão da Razão" e "Morfina", os dois maiores sucessos comerciais da banda, que tiveram um grande impacto sobre todos os que presenciaram o concerto no palco Ibero Sounds. Nota negativa é a "prisão" de Pedro Laginha ao suporte do microfone, ficando um pouco estático em palco, mas isso é muito devido à falta de calo em concertos. Já agora a voz do Pedro Laginha é qualquer coisa de assombroso, especialmente vindo de alguém que não ganha a vida com a música.

Faltei ao concerto dos Spoon, não podendo deixar o meu parecer, mas ainda bem, porque entrei no recinto directamente para o melhor concerto internacional do festival: Gogol Bordello.

Qualquer música que a banda tocava tinha a recepção da melhor música dos cabeças de cartaz, se não melhor, a banda em palco dava show, quer com a banda em si, quer com as dançarinas, que traziam sempre algo de novo à festa, literalmente, como por exemplo raladores (se assim podemos chamar). Músicas como "Not A Crime" e "Start Wearing Purple" fizeram furor e conseguiram pôr o recinto inteiro a cantar em uníssono os refrões, acompanhados por saltos sincronizados e loucura mal contida.

Outra banda que me passou ao lado foi "Architecture In Helsinqui", servindo de pausa para jantar. Foi uma pausa para o outro grande concerto do festival: Mão Morta

Sabem aqueles concertos que quando começam sabem que vai ser memorável? Este não foi um desses. A banda esteve a fazer uma primeira parte de concerto mais "alternativa", apresentando temas mais obscuros e uma versão marada de "Oub'lá". Nessa altura houve a maior participação do concerto por parte do público com a música "Tu Disseste", música essa que consistia num diálogo, personificada ao vivo como um diálogo entre Adolfo Luxúria Canibal e o público. A brincadeira acabou quando Adolfo dá a entender que a banda vai acabar e diz que vai tocar a 1ª música do novo álbum. Qual é o espanto quando nos brinda com o tema "Budapeste(Sempre A Rock'n Rollar)", o tema mais emblemático da banda, a qual a banda teria feito uma promessa de nunca mais tocar devido à carga comercialóide que a música carregava. A partir daí foi o fim do mundo, só acabando o Rock Quando acabou o concerto, passando por temas como "Gnoma" e "Vertigem" do último álbum, "Cão da Morte" e para acabar "Anarquista Duval", como disse Adolfo Luxúria Canibal: "...Para vocês ficarem com boa lembrança nossa..." E pelo menos eu fiquei! De salientar o discurso que precedeu a "Vertigem", que foi o melhor discurso que já ouvi em qualquer área. Vejam porque é digno disso!



A partir daí a qualidade baixou tanto que voltei para a tenda, mas pelo que parece ninguém que eu conheça conseguiu ficar lá até ao final.

Dia 14:

Comecei o dia com o concerto dos Sunshine Underground e esse concerto surpreendeu-me pela positiva. Não foi o melhor concerto do festival, mas se viessem ao coliseu do Porto, eu era muito capaz de repetir a experiência. A música, apesar de não ser marcante, fez os possíveis, a banda teve uma boa postura e o vocalista deu um grande "bate-fundodascostas" no meio do palco que mereceu palmas.

Depois o 1º dos 3 cabeças de cartaz: Peter, Bjorn and John. Pelo que parece o baterista não era o John, mas ironicamente foi o membro da banda que elogiei aos meus amigos. O concerto foi mauzinho, tendo um vocalista com uma voz extremamente irritante, só conseguindo alguma reacção quando tocaram o seu hit "Young Folks", a música da Optimus. Lá tocaram uma cover dos Undertones, com a icónica música "Teenage Kicks", conseguindo mais uma pequena reacção no público. Não teve mais história, a não ser o público a cantar "CSS".

Seguiram-se os Cansei de Ser Sexy (CSS). O público desesperava
, e lá apareceu a banda da moda! Apareceram minimamente embriagados, notando-se mais na vocalista Lovefoxxx, que deu mais que uma vez bênção ao vinho do Porto. Apesar de um pouco "cansadas", com a desculpa de terem vindo do Japão (já vi engolirem melhores desculpas), fizeram o mínimo e assinaram o melhor concerto da noite com "Alala", "Alcohol", "Art Bitch", "Meeting Paris Hilton" e duas covers, uma delas "Pretend We're Dead" das L7. O público mostrou o seu afecto pela banda e ela pelo público, deixando boa impressão a quem esteve lá.

O concerto mais esperado chega: os pais do Alt-Rock americano chegava ao palco e... Consegue dar um péssimo concerto, só se aproveitando a música "Incinerate" do último álbum "Rather Ripped", tocando mais músicas desse álbum, sem grande piada, e mais algumas músicas que pareciam experiências com ratos, e imaginem quem são os ratos... Tiveram dois encores fanhosos e não tocacaram os dois maiores sucessos: "Teen Age Riot" e "Schizophrenia". Foi uma tristeza apoiada pelos fãs mais ávidos e embriagados, e não pelos simples ouvintes de música. Eu não minto por causa de uma banda ser respeitada, ao contrário de todas as críticas que li de "críticos especializados". Eu sei o que é bom e mau, e bocejar num concerto de Rock não é bom sinal, nada bom.

Vim para casa com um sentimento agri-doce, porque por um lado vi grandes concertos e fiz novos amigos, por outro bandas das quais esperava algo fizeram-me pensar se aquilo era um festival ou um velório.

Fiquem bem e ouçam música, seja de que género for!



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