Mark3r nos Timpanos- Angela has company
publicado por Anónimo

Não podia deixar de começar o post desta semana sem dirigir umas palavras ao anónimo que ontem comentou o post da Lex sobre Metallica (sim, da Lex, é uma mulher).
Compreendo que não seja possivel gostar de todos os membros de um blog, compreendo que gostos não se discutem, mas uma coisa não posso deixar passar, são ataques injustos à equipa que se desunha para tentar escrever aqui o melhor possivel sobre música, para apresentar a maior qualidade possivel no que faz.
Como tal, ainda que ache graça ao termo "etilicamente vaporizado" e perceba bem o que quer dizer, penso que não havia necessidade de ser redutor ou de achincalhar os membros deste espaço.
Não é meu hábito dar conversa a anónimos, muito menos em posts, mas as excepções confirmam as regras.
Passado isto, vamos ao que interessa, ou seja música...

O titulo deste post, Angela has company (Angela tem companhia), refere-se a uma pequena pérola que me chegou recentemente às mãos e dá pelo nome de, "The Agonist" e quando falo em Angela, estou lógicamente a falar na deusa Angela Gossow dos Arch Enemy, que era reconhecidamente a única mulher a cantar em "death grunts" actualmente, reparem, que eu disse, ERA.


Esta "rapazita" que vêem na foto, chama-se Alissa White-Gluz, é a vocalista dos The Agonist e ó meus amigos, se ela sabe "gruntar".



Há certas fases na vida das pessoas, neste caso é pessoal, lógicamente, em que nos cansamos de certa forma dos temas que temos como certos e fazem parte da banda sonora da nossa vida (banda sonora da nossa vida, gostei desta, vou assentar), nos momentos que correm tenho andado numa busca por novas bandas, novos sons (não própriamente diferentes, sobre isso já aqui postei QB, desde Atari Teenage Riot, até Dead can Dance), há certas alturas na nossa vida em que uma raiva latente devida a um qualquer descontentamento nos invade, e precisamos de a extravasar, há muitas formas de o fazer, há quem se dedique a uma arte marcial, quem toque música, quem escreva, quem não pare de fazer sexo, os que não resistem e desatam a matar pessoas, enfim, no meu caso é mesmo ter um som agressivo a sério, com alguém a berrar-me aos ouvidos, enquanto com um comando da nova PS3 (agora) nas maõs, vou decepando braços, cabeças e pernas em mais um qualquer jogo que me metam à frente, é uma forma como qualquer outra, o que é preciso é acalmar.


The Agonist, banda oriunda de Montreal, Quebec, antigamente conhecidos por Tempest, deram uma reformulação à própria banda e caminhos a seguir, editaram o seu primeiro álbum em Agosto de 2007, o mesmo chama-se Once only imagined, eu já aqui disse uma vez que era o homem dos rótulos, preciso de categorizar tudo (provavelmente demasiado Kant na cabeça dos tempos de Filosofia, vá-se lá saber), a banda auto intitula-se como Death Metal/Metalcore, sejamos realistas, com o Metalcore ainda lá vou, Death Metal, não me parece lá muito, o que realmente me fascinou nas primeiras audições deste Once only imagined foi mesmo a versatilidade das canções apresentadas, claro que à priori (aí está o Kant outra vez) ter a Alissa a cantar em "death grunts" foi o que me fez ficar, mas depois disso é reparar como a guitarra de Danny Marino tão depressa nos acolhe no seu seio, como a seguir nos dá dois socos no estômago e nos transporta até à mais massiva destruição de um qualquer pesadelo (terá sido Freud, agora?)
O seu estilo é quase sempre melodioso, mesmo nas partes mais intensas e sem dúvida que grande parte do som tipo da banda, advém do virtuosismo deste homem.
No baixo, Chris Kells, acompanha Marino fácilmente, dando-se por vezes ao luxo de fazer uns sons nada comuns para uma guitarra que geralmente se diz ser apenas de acompanhamento, a rever.
O baterista é Simon McCay, como se pretende neste tipo de banda, descarrega o seu metal e a sua fúria e está a andar, não é melhor, nem pior que a maioria.

Continuando ainda numa análise à forma de cantar de Alissa, o que realmente duvido é que a banda ao vivo possa funcionar como em estúdio (o que não quer dizer que seja obrigatoriamente mau), mas se neste primeiro trabalho é fácil gravar os "death grunts" e a voz normal em pistas separadas e depois colocar os mesmos sobrepostos na produção, ao vivo não dá mesmo.
Isto porque ao contrário de Gossow, Alissa White-Gluz, não se limita a "chiar", alterna dos berros mais arrepiantes num segundo, para momentos tão delicados, que podiam estar perfeitamente num tema dos NightWish ou Within Temptation, esperemos que tal como aconteceu a Gossow, esta rapariga não arranje problemas nas cordas vocais, porque seria um crime.



Andar quase uma semana a arquitectar um post e numa certa Sexta-Feira à noite, estar como sempre à frente da TV para ver o Hipertensão do Freitas e para cúmulo ver lá esta banda, só me leva a pensar que mentes brilhantes pensam igual, acreditem que este post não foi despoletado por isso, já estava em construção e foi apenas pura coincidência.



Mas de longe que o mais espectacular para mim são as letras que a banda escreve, ao contrário de muito boa gente neste meio, The Agonist, não entra por hinos de guerra, aparições satânicas, demónios ou algo desse género, longe disso, esta é uma banda ambientalista, as suas letras rondam muitas vezes os direitos dos animais, a poluição, ou assuntos relacionados, passando ainda por problemas sociais ou o estado do próprio planeta.



Não quero de forma nenhuma dizer que esta banda é melhor ou pior seja em relação a quem for, mas perante o marasmo que nos entra em casa todos os dias, seja pela televisão ou rádio, são uma pedrada no charco e merecem uma atenção, ou pelo menos uma audição.

No próximo post: Walls Of Jericho

Escolha da Semana:

I wanna come over- Melissa Etheridge, porque eu adoro lésbicas ;D



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Blogger Higuita: Hehe, the agonist é de facto uma pérola dentro de uma concha de calcário ;)

Bem escrito, bem divulgado, boa mensagem ;) 05/01/08, 13:25  

Anonymous Anónimo: a Angela ja a algum tempo k nao era a unica no mundo dos berros guturais da musica pesada.
Otep Shamaya tame tem uma "vózinha" assim a aproximar-se do poderoso.

exemplo:
http://www.youtube.com/watch?v=qec8gmj12xg

se bem k estes andam numa onda mais nu metal. 05/01/08, 14:37  

Blogger Unknown: Thaurer, por acaso já tinha pensado num "postzito" sobre essa banda, gosto imenso.
Mas sejamos sinceros, aquilo é de certa forma a voz da Shamaya mesmo, realmente quando puxa a sério, faz algo parecido, mas não se pode considerar que cante em Death Grunts, mas que é poderosissima, isso sem dúvida ;) 05/01/08, 15:52  

Blogger Liliana Pereira: Tambem já me tinham chamado atenção para o Myspace da banda e realmente a rapariga, que pouco mais velha k eu deve ser está muito bem.

Mas o que queria mesmo era comentar a "chamada de atenção" do Thaurer, ja ouço Otep desde o Sevas Tra e por muito que respeite a Shamaya, existe muito intreferência do computador na voz dela. E não sou a 1º nem a ultima pessoa a dizer isto. 07/01/08, 18:00  

Blogger Lex: Da amostra que ouvi até agora, parece-me que o estilo geral de Agonist é 'core' demais para entrar no meu ouvido sem algum esforço. No entanto concordo que a menina tem um vozeirão de impôr respeito.
Mas a Angela consegue meter mais 'medo', também pelo seu aspecto físico, portanto continuo a pô-la a ela no pódio. :-D 08/01/08, 09:08  

Anonymous Anónimo: Ainda tens os suecos Decadence com a vocalista Metallic Kitty...

www.myspace.com/decadenceswe

De resto, muito boa a crónica. Vou experimentar ouvir a banda ;) 09/01/08, 00:57  

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