An Ideal For Living - The Ideal
publicado por Diogo Azevedo

Eu sei que este tema é sempre batido, mas lá vou eu bater na mesma tecla por uma certa necessidade interior…

Considero bandas tecnicamente extraordinárias fracas, bandas péssimas tecnicamente excelentes e sinto-me feliz com isso, mas às vezes os gostos pessoais marcam mais o pensamento que a razão.

O meu exemplo favorito e que estou sempre a citar é sem dúvida o dos Led Zeppelin. São sem dúvida uma das melhores bandas de sempre, têm um dos melhores guitarristas de sempre e algumas das melhores músicas rock de sempre… Blablabla… Mas digo seguramente que não gosto! Já ouvi, re-ouvi e, como muitas outras bandas, deixei de lado. Agora vêm dizer que não percebo de música, mas para bater mais no ceguinho, não acho grande piada aos Guns… Sacrilégio!!! Já me estão a atirar tomates podres para cima de mim!!!

Sabem que mais, respeitem os gostos!

Eu caio em cima de muitos amigos dizendo que não percebem de música (muito constante), mas não o faço (apenas) por não gostar da música deles, passo-me com comentários imbecis como: “Essa música é uma valente m****! Queen são 10 vezes melhores que os Joy Division!”. Neste caso soube depois que se tratava de uma brincadeira para me tirar do sério, mas resultou que a música é algo que me move no meu interior. A parte que não gostei do comentário foi mesmo a parte de destruir uma banda para elevar o gosto musical próprio.

Outro dia vi no fórum de uma revista musical portuguesa um tema que me pasmou: “Serão os Radiohead Overrated?”

As respostas foram muitas delas algo como: Eles não valem nada e as revistas é que os apoia.

Os Radiohead são os melhores musicalmente de uma vertente do rock alternativo, atrevo-me a dizer que são melhores que os Muse, apesar de preferir muito ligeiramente os segundos, mas são gostos e não vou estar a dizer que os Muse são melhores porque, tecnicamente, o são, mas musicalmente o estilo é diferente e só a preferência altera o estatuto.

Agora falo das bandas da moda. Todos sabem que há bandas da moda a qualquer altura… A discográfica apoia-os e eles abusam dos 15 minutos de fama para receberem para a vida inteira. O mais normal é serem esquecidos, ao contrário do que dizem as fãs, que daqui a um aninho já só pensam noutra banda… É um ciclo vicioso que não terá fim. Agora entra a indignação… Se as revistas pop não os apoiassem, será que as fãs os procuravam? Não! Elas só os apreciam por comodismo! E depois alguém como nós, que procuramos novos conhecimentos musicais, ainda vai ter de ouvir comentários depreciativos de chavalas que acham que por a sua banda favorita ter aparecido na TV e a nossa não, já estão em vantagem! Cai outra vez no mesmo paradigma dos gostos musicais. Não aceitam opiniões de ninguém e só vão gostar dessas bandas. Isso sim é overrated! Não se esforçam por algo digno como a música, mas abusam do dinheiro da sua indústria!



Agora a parte das letras. A parte que menos ligo a uma música, apesar de ser muito crítico no que ouço. Sei que a letra é algo como o cérebro da música, enquanto os instrumentos são o corpo, mas sempre é bom tentar revelar o cérebro de algo, e quando é merecido, entro no seu imaginário e com ele preencho as minhas fantasias… Cada qual procura o significado às letras, apesar de às vezes serem totalmente o contrário. Eu sou um pouco sádico, logo deliro com a letra da música dos Smiths “There Is A Light That Never Goes Out”, outros podem gostar da letra de músicas pop rock lamechas, mas se fazem o mesmo efeito, bom para todos!



Já a parte instrumental é para mim o esqueleto da música. Adoro uma música que me rebente de dentro para fora, ou que me faça sonhar, ou que me dê vontade de pegar na minha guitarra e rebentar com as cordas. Há uma banda que me dá um efeito contrário à dos restantes: Deftones. As melhores músicas desta banda, em vez de me levarem ao mosh, fazem-me mais calmo e sensível, como se as guitarras desaparecessem. Aqui também tem muito a ver com a parte vocal, que pode até dizer algo sem significado, mas que com o seu estado de espírito passa os sentimentos…



Espero que façam uma reflexão sobre a forma como insultam pessoas que têm gostos diferentes, mas que se calhar percebem mais de música que vocês...

Escolha da Semana

Sonic Youth - Mote



P.S.: Não tentem ouvir até ao fim que nem eu consegui... Eu próprio cortei a música para conseguir no meu mp3


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 ZePedro: Realmente, tens razão em algumas das coisas que ai tens! Eu por exemplo não consigo ouvir Radiohead! Porque? Nem eu consigo responder a tal pergunta, mas eu sou daquelas pessoas que se não me soa bem à primeira, então já nunca soar bem! Boas escolhas ai para os vídeos, mas epa, já chega de TH! Para todo o lado que me viro, la estão aqueles irritantes alemães!



(Olha que não gostar de Guns e Led é quase pecado, mas respeito as tuas opiniões ;D) 20/03/08, 14:06  

 Citizen Erased: Não concordo muito quando dizes que tecnicamente, os Muse são melhores que os RH. E eu prefiro os Muse também.. Para mim, o unico elemento de Muse que se sobrepõe a qualquer de RH é mesmo o Matt. Os outros dois são muito bons, mas os de RH, nas posições correspondentes, são melhores..
P.S. - Desculpa tar sempre a escrever RH, mas o nome é longo... 20/03/08, 15:46  

 Petrvs: Nesta sociedade já não há respeito pelas escolhas, ou ouves o que aqueles ouvem ou és candidato a excluído. Eu sempre ouvi o que quis e sempre tive um gosto muito complexo, gosto de coisas ao promenor, toco guitarra, o que revela que tenho algum cuidado com o que ouço tanto tecnicamente como pela composição como pelas letras. Quanto aos pecados, gosto muito de led zeppelin, é das minhas bandas favoritas, mas não acho grande piada a guns n' roses. Se reparares bem há uma diferença entre as boas bandas e as bandas de moda. Por exemplo, o exemplo mais usado, os alemães tokio hotel, não os censuro pelo que fazem e cada um é livre de ouvir o que quer, simplesmente não gosto, mas não me estranha que quando eles deixarem de passar na mtv já ninguém quer saber deles. Esta sociedade gere muito à volta da popularidade, ou seja, quanto mais popular melhor é, segundo as cabeças retardadas das pessoas. Porém, as boas bandas, são imortalizadas e há sempre pessoas que os ouvem, não cansa, e pelo facto de influenciarem uma série de outras bandas de novas gerações.

Abraço 21/03/08, 21:06