You Will Think I'm Insane - A Hierarquia dos albúns
publicado por Higuita

Todos nós temos um objecto que adoramos e que o usamos como objecto da sorte. Nunca percebi ao certo esse conceito de objecto da sorte, que 96% das pessoas do mundo usam no seu dia-a-dia, acreditando que isso lhes irá dar talento e força suficiente para encontrarem o seu ouro. De facto, não há explicação possível que pretenda dizer ao certo o porquê desta corrente, apenas é possível argumentar levemente a sua existência chamando-lhe fé.
E sim, eu tenho uma coisa, que apesar de não acreditar que ela me oferece sorte, tem um significado bastante singular, único e especial. Trata-se de um álbum que está encaixilhado como se tratasse de azoto líquido numa proveta partida. De todos os álbuns que poderia escolher para definir o que para mim, é tido, como um álbum do outro mundo, o Eras Vulgaris edição vinil é o que mais se evidencia.
Comprei-o numa tarde de melancolia sazonal, isto é, para onde quer que olhasse em cada hora do dia só via coisas estranhas, deprimentes e diabólicas. Era um dia estranho, diferente de todos esses dias de Verão passados numa piscina com 5 raparigas a mostrar os bicos. Rejeitei um convite do João Pedro, e fui dar uma volta com o meu iPod à procura de algo interessante de se comprar.
Fui dar uma volta pelos Granjinhos à loja de discos mais conceituada em termos de música alternativa e “pesada” de Braga. Entrei lá dentro e estive a maravilhar-me com todos os cd’s de Iron Maiden, e que apesar de serem usados devido ao facto de terem sido comprados por Nerd’s estavam intactos. Estava completamente deslumbrado por todos os cd’s, desde Stone Sour a Johnny Cash. Mas por mais que eu gostasse do álbum, não me enchia completamente o ouvido e estava a procura de algo mais diferente... Algo que não encontrasse na Fnac a 20 euros.
“Têm Killswitch Engage?”, perguntei com ar confuso. “Esta juventude de hoje em dia... Pá, toma um banhito fresco de manhã que a ressaca passa!”, disse o dono da Loja apontando para a frente dos meus olhos perdidos nas lombadas infinitas, onde estavam todos os álbuns de Killswitch Engage à mão de semear. “Ei, desculpa aí man... Mas olha... Dá-me um conselho! Quero algo de bom, de muito bom, para ouvir... Ajudas-me?”, questionava eu com ar entendedor e arrogância. “Curtes alternativo? Rock? Compra discos de Vinil. Obrigam-te a ama-los!”.
E sim, comecei a amar a arte dos ultrapassados discos de Vinil,obrigando-me a comprar um, pelo menos um. Analisei um a um, e estava quase a dar o passo final e comprar o disco dos AC/DC, que era algo de genial. Até que reparei em duas lâmpadas partidas, onde olhavam uma para a outra e dizendo em baixo Era Vulgaris.
Já sabia desde logo que QOSA era banda de qualidade, e que não me iria arrepender. Já tinha ouvido algumas das músicas desse álbum, contudo tudo numa visão de enfermeiro. Paguei o devido e prometi voltar a essa loja de discos.
Só faltava fazer uma coisa. Roubar a aparelhagem comprada na Venezuela por 400 dólares a um arruaceiro contrabandista, ao quarto do meu pai. Peguei nela como se estivesse a pegar numa criança recém-nascida e liguei a tripla de ficha Venezuelana/Portuguesa roendo o lábio inferior de ansiedade.
Comecei a reproduzir o Cd, e atirei-me para a cama fechando os olhos e pondo a minha atenção no que se ouvia. Podia dizer que era um disco bom... Eu já o esperaria. Contudo, nunca me tinha passado pela mente que na primeira música me iria apaixonar por esse albúm. Levei a minha mente ao mundo da fantasia ao som da primeira faixa, Turnin’ on The Screw. 5 minutos e qualquer coisa de música fantástica que puseram as minhas pernas arrepiadas obrigando os dedos dos pés a encolherem-se soltando de seguida um sorriso abismal.

Apesar de aquela aparelhagem fazer um bocadinho de barulho, devido a sonoridade das faixas, era só mais sedativo a alternatividade existente.
E foi assim, segui cada uma das faixas com atenção e curiosidade, parando de vez em quando recuando alguns segundos de modo a ouvir cada um dos efeitos sonoros.
Sem imparcialidades, a música mais bem concebida daquele álbum é sem margem para dúvida a Run Pig, Run. Passei uma hora a ouvir essa música com o objectivo de tentar percebe-la. Ainda hoje não a entendo... Mas a sua complexidade é algo de crucial para a ascensão dessa música na minha mente.


Não é um disco que aconselhe a toda a gente. É difícil de ser compreendido, eu próprio perco-me muitas vezes. Mas pelo simples facto de ter contrariado a minha previsão merece palmas. Uma pessoa quando ouve a música Make it With Chu, pensa que essa é uma música épica no meio de um cd comercial. Era isso que eu esperava encontrar no CD dos Queens of Stone Age. Em contrapartida, recebi uma chapada de qualidade e ainda hoje me babo cada vez que roubo a aparelhagem do meu pai. E única e simplesmente porque contrariaram a corrente de alternativo, comercial, passando a estabelecer que é possível o alternativo, alternativo, o que para mim merece o estatuto de qualidade, ficam no topo de hierarquias de Discos que mais adoro.Valeu a pena saborear o masoquismo de uma chuva de Outubro... E se a dor me der a sensação que senti ao ouvir cada faixa do Era Vulgaris, então matem-me.

Descrição do Josh Homme do Albúm

Escolha Semanal:

Pá, nunca me lembro disto xD Hoje lembrei-me... B U L L E T F O R M Y V A L E N T I N E. Não chega?





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Anonymous Anónimo: es como eu.mas o outro album dos bullet for my valentine era melhor do que este 06/04/08, 20:00  

Blogger ZePedro: Um album fantastico! Era Vulgaris para mim, é um dos bons que sairam ca para fora ultimamente. Uma sonoridade desenfreada, sem medos, nua e crua. É assim que se quer um album! ;)




Saudade do vinil e das cassetes! 06/04/08, 21:40  

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