You Will Think I'm Insane - Movimento tuga
publicado por Higuita

Sempre invejei o patriotismo americano. E se há lacuna na nossa sociedade, é a falta de patriotismo. Não optamos por produtos portugueses, não melhoramos minimamente o nosso lar. E sendo está gálaxia, uma gálaxia musical, irei especificar. É óbvio que também não optamos por música tuga, frequentemente é claro.

Um dos argumentos facilmente lançados, é a de que em Portugal, não se faz música de jeito, em Portugal não se faz música “in”. É uma mentira, e das grossas. Pelo menos, numa vertente rock generalizada, já que em prismas de Hip Hop, Pop fácil e por aí fora, a coisa transforma-se. Porque o grupo de pessoas que ouve esse tipo de música ou até eu, não encontra diferença alguma na pseudo-música produzida quer aqui, quer na Chechenia. É fácil comparar o rap do Eminem com o rap do Valete, o ruído das Just Girls com o ruído das Spice Girls. O que muda é o seu país de origem que abre as portas a uma maior ou menor expansão mundial. Porém, tenho a firmeza de afirmar que qualquer fã deste tipo de música (e vocês compreendem-me) defenderá bandas com esplendor tuga. Sinceramente, não compreendo a atitude dessas pessoas, mas isso deve a minha incompreensão e complexidade perante a mensagem deles que se resume a um “não consigo entender”, porém valorizo e muito o facto de defenderem algumas cores nacionais.

Mudando de margem, centremo-nos no Rock (generalizado, como já disse). A questão que abro, é a seguinte: as grandes bandas dos USA ou do Reino Unido que se tornam ídolos para nós, não terão comparação? Isto é, a qualidade que eles apresentam não se compara à qualidade de bandas portuguesas?
Antes de concretizar, gostaria de referir o ponto de partida de algumas bandas portuguesas e algumas bandas americanas, por exemplo. Todos começam do mesmo modo... Com um concerto num bar alternativo com média de 50 pessoas de assistência. A partir daqui tudo se diverisifica... Compõe-se o mar de oportunidades americano. É o tal sonho americano musical, onde basta seres bom naquilo que fazes, para atingir o topo. Não são valorizadas bandas do género de 4Taste, preferem valorizar bandas que de realidade tenham valor positivo. Por isso é que há tanta diverisificação com qualidade no panorama musical americano. O que não é coerente no nosso país, Portugal. Outro coisa caricata, é que no currículo de grandes artistas europeus, figuram marcas americanas, que até sobrevalorizam o próprio artista.

Questionei se era possível comparar a qualidade de uma banda com sucesso de uma banda de “garagem”. Para concretizar essa ideia, gostaria de falar numa banda, gostaria de falar de Primitve Reason. Já tive oportunidade de os ver ao vivo. Fiquei fascinado com a energia transmitida. Estavam 30 pessoas a assistir-los, e foi de espantar como eles se mexiam, como se entregavam ao pouco público excitado. Havia um grande guitarrista (que fazia o que queria da sua guitarra à metaleiro) e um grande baterista. Mas não eram ninguém sem o seu vocalista, que moldava a sua voz de todas as formas... Desde o scream até o rap. Mas, o que eu gostava de frisar é uma hipotética comparação com os Rage. A sonoridade é muito parecida, a mensagem também não se altera lá muito e os estilos dos elementos da banda é na mesma relacionado... Revoltado, desajeitado e rebelde, talvez um pouco dentro da onda hippie.

Assim como comparei Primitive Reason com os Rage, poderia comparar os Dapunksportif com os QOSA, poderia comparar os Fonzie com os Blink 182, poderia comparar os X-Wife com os LCD Soundsystem, e por aí fora. E tudo isto para chegar aonde? Simples. Não varia através de nacionalidades a qualidade de esta ou aquela banda. O seu sucesso, eventualmente poderá ser. Porém, nós temos pernas para andar, mãos para fazer maravilhas. Sendo assim, é possível! É possível comparar a qualidade de grandes bandas com qualidade de bandas de “garagem”. O sucesso é que não.

E sim, isto é um apelo e uma crítica. A crítica está bem explícita, o apelo é facilmente deduzido. O medo de ouvir música Tuga, é estapafúrdio. É fácil apagar um esterótipo de má qualidade por parte das “nossas” bandas, abrindo os nossos horizontes, conhecendo o nosso movimento. Eu sou patriotista? Radicalmente, óbvio que não... Tenho alguns ídolos do outro lado do oceano, mas esboço um sorriso quando vejo portugueses a dar-lhe duro.



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Blogger Thaurer: nao acho que seja bem assim.
talves uma maioria nao dê muita importancia á musica nacional, mas penso que isso está a mudar.
pelo menos nas conversas sobre musica que tinha lá na escola, nomes como linda martini, ornatos e mesa vinham sempre ao barulho. fora outros.
e mesmo na radio ja se começa a ouvir bastante musica portuguesa (embora mais de metade nao seja em portugues)
e mesmo ao vivo, ha cerca de mes e meio dois meses fui ver riding panico, um concerto com cerca de 60 pessoas, mas todas adoraram o show, houve boa venda de merchandise e tudo. nao me admiro ver a banda daqui a nada aí nas bocas do povo.

temos que dar tempo e ver esta nova geraçao de bandas a conquistar terreno. 26/06/08, 21:49  

Blogger Lex: Bom, quer queiramos quer não, fenómenos como os DZRT ou as Just Girls contribuiram, nos últimos anos, para um aumento exponencial de consumo de música nacional.
Pois, não estou necessariamente a falar de BOA música nacional, mas não sejamos picuinhas para já. :-P Aqui há que valorizar pelo menos a criação do HÁBITO de ouvir nacional, o que já não mau. A partir daí podem-se trabalhar os gostos... ou não, mas não interessa. Pelo menos começa a desfazer-se a tal ideia do "se é nacional, não presta".

O facto é que não me lembro de ouvir/ver tanta música portuguesa nas rádios, nas revistas e na televisão como agora. E não falo só dessas amostras aí de trás, mas também de coisas como Mariza, Camané ou Rodrigo Leão, que volta e meia conquistam os primeiros lugares nos tops de vendas.

Quando falamos de rock a coisa é capaz de mudar um bocadinho de figura, mas mesmo aí o panorama está muito melhor do que há uns anos atrás. Lembro-me de quando rock português se resumia practicamente a Xutos, GNR e UHF. Ok, e Rui Veloso. Não estava mal representado, mas a sua popularidade no país estava longe de ser o que é hoje.

Ah, e relembro que ainda há cerca de um mês os muito nossos Moonspell alcançaram o 3º lugar no Top com o "Night Eternal". E já com o anterior "Memorial" tinham chegado ao 1º lugar.

Isto é assunto que dá pano para mangas, portanto para já tenho que me ficar por aqui, com pena de não poder passar uma meia hora a dissertar. :-) 27/06/08, 00:36  

Blogger Higuita: É coerente afirmar que os dias de hoje são prósperos em música nacional. Isto é, passa muita música tuga na rádio, falamos de bandas portugueses a toda a hora. Porém, não era essa a ferida que queria tocar... Eu questionei o valor das nossas bandas. Porque facto é um, valorizamos muito mais as bandas intenarcionais. Para isso, basta ver o cartaz do RIR, ou do Alive. Surpreendeu-me ver os Xutos e Pontapés em "main-event", no SBSR, mas como tudo na vida, excepecções.
Se dizer que não se ouve música portuguesa, estaria a mentir. Só não sei é o valor que lhe atribuimos, o seu valor real. Porque há sempre o estereótipo do que é português não é lá muito bom. 27/06/08, 13:01  

Blogger ghgd: Sim, tens razão. Em parte. Tudo o que é 'tuga' é 'mau' para nós, sim. Mas, se formos a ver, todos contribuímos para tal. Por exemplo, e desculpem a frontalidade com que vou enfrentar este assunto, tu. Dado que defendes tanto o patriotismo americano, porque não defendes a tua pátria também? Há pequenas coisas que importam, e de facto, o nome da tua rubrica é assim. Está em inglês. Aliás, não és caso único, não. Hoje em dia, todos os adolescentes (incluindo-me a mim, hihi) têm essa mania de que o Inglês é sempre melhor que a língua materna. E porque não se considera o Português também 'in' ? O facto de Portugal ser visto, pelos próprios Portugueses, como um lixo, não remonta só à música, amigo. De facto, vai por muitos lados, a língua, os produtos (qualquer coisa que seja 'Made in Portugal' é um fenómeno e tem duas opções: ou é da feira ou é artesanal) e até mesmo os futebolistas, como se vê que os Portugueses não valem nada, é preciso vir Brasileiros (não falo a nível de Selecção, mas sim de clubes) e Argentinos. E sim, remonta por aí. Quem causou? Não faço a mínima. Como resolver? Não encontro solução. Resta...continuarmos assim, infelizmente. (: 28/06/08, 11:09  

Blogger Higuita: Eu não sou defensor do patriotismo americano, longe disso. Sou defensor de um hipotético patriotismo português.
Falas no nome da minha rubrica, dizendo que ela não se encaixa num patriotismo, já que está escrita em inglês. Se me conheceres (e quem me conhece sabe), reparas que não há nada que eu faça em inglês. Por vezes coloco no meu nick frases em inglÊs, porque elas são retiradas de músicas. E no que toca a música, não há volta a dar, o inglês é indispensável para o sucesso. Assim, indispensável na mesma para a minha rubrica, é o título. Não iria colocar algo em português, quando eu não crucifico aqueles portugueses que escrevem em inglÊs. É natural é um modo de chegar a qualquer lado. Mas isto é uma excepecção. Por exemplo, eu escrevo poesia, e nunca (mas mesmo nunca) escrevi verso que fosse em inglês. É em portuguÊs que me fluem as palavras.
O futebol? Isso já é outra história... 29/06/08, 19:07  

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