You will think i'm insane
publicado por Higuita

Se há coisa que sempre me deixou perplexo, é o merchandising referente à música. É óbvio que falarei a cerca da música, mas esta questão de alargar horizontes, alargar capitais, não é exclusiva da música... É uma questão que o entretenimento impõe à sociedade, de modo a realçar a moda. Isto é, se há uma serie televisiva em climax, irão ser feitas t-shirts, boxers, canecas com os logos da série, o que se torna um modo de impor a popularidade à sociedade, ao mundo: uma moda.
Mas, será a música uma moda?

Para ser capaz de responder a tal questão, é bom remeter o nosso pensamento ao passado. Se antes se usava verde, hoje usasse azul. São questões temporais e racionais, que se tornam lógicas conforme o passar do tempo. Assim como as cores ganham vida, a música também. Se nos remetermos à segunda metade do século passado, iremos concluir que dos mais variados estilos musicais, todos tiveram uma importância perante a sociedade, uma importância “popular”. É sabido que a música do século passado esteve em evolução (de bom para mau, ou de mau para bom, depende do vosso critério) constante, porém isso não se torna argumento capaz de calar o facto de que esses estilos de músicas atingiram a popularidade que atingiram, devido àquilo que lhe chamam de moda. Teria o David Bowie o impacto que teve nos anos noventa? A música deve-se assim, às modas de gerações. E o sucesso de cada artista, parte pela percepção e a capacidade musical de se adaptar ao produto desejado pela comunidade actual. Mas, e não se afastando da questão central, então e qual a razão objectiva dos merchandising musical? A respota mais óbvia é aquele que diz que é uma maneira das editoras/banda, ganharem um pouco mais, visto que estamos numa era de hackers. Porém, esta resposta é imcompleta. Porque aqueles que usam t-shirts das bandas predilectas são aqueles que dão 20 euros por um CD e 30 por um DVD. E aqueles que baixam ilegalmente as músicas, não são os verdadeiros fãs, e estão-se a marimbar para o facto de as pessoas saberem que eles ouvem uma banda x.

A resposta por detrás das cortinas, está na racionalidade da sociedade. Exemplifiquemos. É necessário um fã de Tokio Hotel, usar uma t-shirt deles para nós sabermos que eles ouvem Tokio Hotel? Aparentemente não. Apesar de eles comprarem tudo o que tenha TH estampado... Em contrapartida, é necessário um fã de Pearl Jam vestir uma t-shirt deles para nós (sociedade) sabermos que eles amam essa banda? Claro que sim. O merchandising, serve para deliciar os ouvidos que têm orgulho naquilo que ouvem. Não falo por mim, já que eu jamais vestiria uma t-shirt a dizer banda x ou banda y, mas compreendo na perfeição a atitude dessas pessoas. Numa época em que a sociedade musical está perdida, assumirem a sua paixão em público é algo de positivo. Não se tornam alvos de chacota. A meu ver isso não passa de um modo de se tornrem especiais e populares no seu mundo. Mas paixões são paixões, e se para ela se manter viva é necessário que ela se esponha, então tudo bem, tudo não passa de atitudes. Porém se há 20 euros para um t-shirt, há 15 euros para um albúm. E o que realmente interessa é a música.

E sim, a música é uma moda. Que está em constante modificação: tudo se altera conforme os gostos musicais, tudo se afirma conforme os gostos musicais. E não é necessário recorrer ao Professor Bambo para deduzir o que se ouve à nossa volta. Nos casos mais explícitos, é claro.



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