nice boys don't play rock n roll (biografia de Eric Clapton)
publicado por Thaurer

Hoje vou escrever um pouco sobre o Eric Clapton, um dos melhores guitarristas da história da música e um seguidor acérrimo dos Blues.

Rapaz branco nascido em Ripley, Inglaterra, cedo se apaixonou pelos Blues, musica criada pelos negros norte americanos, isto fez com que com alguma dificuldade, conseguisse aprender guitarra, tentando imitar os sons dos seus ídolos americanos.
Por volta dos seus 9 anos de idade descobriu que aqueles a quem chamava pais eram de facto seus avos e que a sua mãe era na verdade a mulher que ele pensava ser a sua irmã mais velha. Como algumas pessoas mais velhas da vizinhança sabiam que ele era um filho duma mãe solteira de 16 anos, o jovem Eric sempre foi olhado com outros olhos pela comunidade. Isso deu-lhe mais vontade de se afundar nos Blues e no som e mensagem que este tipo de música traz.

No inicio dos anos 60 juntou-se a Keith Relf e formou os Yardirds, uma banda ainda hoje muito conhecida e que começou o que no futuro viria a ser um “culto” a Eric Clapton. A banda tocava algumas covers de artistas blues e investia também em material próprio. Não demorou muito e já estavam a fazer digressões pelo Reino Unido e a ganhar fama. Contudo os ideais de Clapton e dos restantes yardbirds colidiram quando a banda começou a enveredar por um caminho mais pop, e então o guitarrista decidiu abandonar a banda, mas não sem antes recomendar dois guitarristas tambem eles que viriam a ganhar fama mundial: Jeff Beck e Jimmy Page.
Neste período Eric Clapton tinha ganho a alcunha de Slowhand devido á sua tendência para partir cordas e fazer o publico esperar a meio dos concertos que ele as trocasse por cordar novas enquanto a audiência ia batendo calmas calmamente.

De seguida Eric juntou-se aos John Mayall & the Bluesbreakers banda que rendeu Londres aos encantos do Blues e que fez os jovens escreverem por tudo o que era parede: “Clapton is God”



E foi depois de largar esta banda, com a fama e dinheiro a acumular, vieram os The Cream, uma das primeiras super bandas a povoar os palcos. A banda consistia em Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce. O rock psicadélico com influências do jazz e dos blues vendeu 35 milhões de álbuns em todo o mundo. Se Eric Clapton antes era o Deus para alguns fãs, agora não havia palavra para o descrever.
Ele era o melhor guitarrista britânico mas havia um outro guitarrista que rivalizava com ele. Jimmy Hendrix. Mas a rivalidade entre os dois não era um empecilho para uma amizade, e a 1 de Outubro de 1966, num concerto no Central London Polythecnic Eric e Jimmy fizeram a delícia do público (e entre os espectadores encontravam-se outras grandes lendas como Pete Thowsend dos The who e os Beatles) tocando juntos numa versão de Killing Floor.

Sunshine of your love tornou-se um hino, e pouco depois Wheels of Fire nasceu para se tornar um albúm de referência para qualquer amante de rock.
Contudo as discussões entre Bruce e Baker tornavam impossível a sobrevivência da banda e não foi surpresa ver o fim do primeiro power trio do rock. Corria-se o ano de 1968.

Por esta altura George, Ringo, Paul e John lançavam o White Álbum, o infame álbum dos Beatles. Que é que tem a ver com o Clapton? Simples. Foi ele o lead guitar da “while my guitar gently weeps”!
A amizade com os beatles, mais propriamente com George Harrison trouxe problemas a Eric. Ele acabou por apaixonar-se pela Mulher de Harrison, e como o próprio Clapton disse numa entrevista: “Ninguém se apaixona pela mulher de um Beatle. É impensável!”



Com o fim dos Cream e com os seus problemas pessoais, Eric isolou-se na sua mansão, fugindo assim á visibilidade e vulnerabilidade que a fama e a adulação trazem consigo.

Saltando um pouco no tempo encontra-se a criação dos Derek and the Dominos.
A banda foi uma maneira que Eric encontrou para poder voltar á música, mas sem ser o centro das atenções. Desta forma, tinha sempre e apoio dos seus colegas em palco.
“Layla and Other Assorted Love Songs” foi um bom album gravado a duas guitarras (o que era preferido pelos críticos que diziam que Clapton quando tocava sozinho tornava-se aborrecido) e teve a participação de um dos mais recentes amigos de Eric, Duane Allman dos Allman Brothers. O álbum continha a faixa “Layla”, baseada numa história Persa de um homem apaixonado por uma mulher que não poderia ter. a história servia tambem para contar a história do amor que Eric Clapton tinha por Pattie Boyd, na altura casada com George Harrison.

Mas depois de um bom álbum, a tragédia. Certo dia Clapton compra uma Stratocaster como presente de aniversário do seu amigo Hendrix. Passado um dia, o malogrado guitarrista é encontrado morto. Como se não bastasse Duane Allman morre pouco depois num acidente de mota.

Desta forma Eric cai nas drogas. A heroína passou a fazer parte do seu dia a dia juntamente com o álcool, a sua carreira foi interrompida durante uns tempos até o famoso Raimbow Concert organizado por Pete Thowsend para livrar o sue amigo das drogas.
Clapton volta então á estrada e livra-se das drogas…até ao final dos anos 70 quando caiu novamente no alcoolismo. Pelo caminho houve ainda a polémica declaração onde ele disse que a Inglaterra estava a ficar com excesso de população e que não queria ver o seu pais tornar-se numa colónia negra. Este ponto de vista entrava claramente em contradição com o seu amor pelos Blues, estilo de música popularizado pelos negros.

O guitarrista começa finalmente uma relação com a sua eterna Pattie Boyd e com a sua musa nos seus braços compõe “Wonderful Tonight”. Apesar de tanto tempo de espera pela sua amada, Clapton não resistiu a um relacionamento fora do casamento (aparentemente o objecto que tanto desejamos deixa de ser tão interessante a partir do momento em que o temos na nossa posse) e em 1989 o casal separa-se.
Como uma tragédia nunca vem só, Stevie Ray Vaughan que fazia uma digressão com Eric morre em Agosto de 1990 e em Março de 91 o seu filho de 4 anos cai do 53º andar de um prédio de New York. A morte do filho deu resultado a um novo isolamento por parte de Eric Clapton e deu origem a tears in heaven, uma das suas músicas mais conhecidas.

A partir dessa data a vida de Clapton tornou-se mais calma. A partir da década de 2000 pode finalmente trabalhar com ou sobre alguns dos seus ídolos de adolescência.
“Riding with the king” sai em 2000 e é uma parceria entre Clapton e BB King e em 2004 é lançado o álbum tributo a Robert Johnson “Mr Johnson and me”

E é isto. Um pouco longo mas não longo o suficiente para descrever toda a vida musical do grande Eric Patrick Clapton (tentem dizer o nome dele rapidamente e varias vezes seguidas)


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