... and Metal for All: My Dying Bride
publicado por Lex

Começo hoje por dizer que os My Dying Bride são a prova de que o Metal é um género musical muito mais vasto do que se possa pensar, e que (para quem ainda não o sabe) abrange desde os sons mais explosivos do thrash ou do black até à calmaria e melancolia do... doom.

Apenas um parêntesis para me referir ao doom Metal.
Nunca gostei de doom. Não sou fã de doom, dispenso sentimentos pseudo-depressivos e geralmente o tipo de música faz-me sono. Solos demasiado monótonos e longos (ainda me lembro dos Before the Rain no Festival Marés Negras, em 2007... cruzes-canhoto), falta de 'genica' e temáticas geralmente desprovidas de interesse foram características que sempre me afastaram desta vertente do Metal... até ter descoberto que nem todo o doom é necessariamente assim. Ou antes, que apesar de a sua essência se conter nestes pressupostos, é possível ouvir-se doom com gosto. Foi o que se passou com os My Dying Bride.

Esta banda britânica formou-se em 1990, e apenas dois anos depois lançou um álbum muito importante para a cena doom, "As the Flower Withers". E importante porquê? Porque segundo os 'especialistas', foi este disco que deu origem ao próprio subgénero. Não julgarei essa ideia pois não é a minha especialidade, mas se alguém tiver prova em contrário, agradeço que se pronuncie.

Mas foi o seu último trabalho de originais (que já data de 2006) que me trouxe a banda aos ouvidos. "A Line of Deathless Kings" pôs-me a descansar dos ritmos frenéticos do thrash, e a apreciar boas linhas de baixo, uma voz mais melódica, um ritmo mais compassado... e ao contrário do que eu poderia julgar, ouvir MDB não me pôs com uma terrível depressão nem me deu vontade de ir ali buscar uma faca e cortar os pulsos. Muito menos me deu vontade de desatar a lamentar-me das agruras da vida... Ou seja, nenhum dos clichés associados ao doom se verificou, e por isso aqui estou hoje a falar-vos disto. Para desmistificar um pouco. :-)

LAmour Detruit - My Dying Bride

Uma coisa é verdade: falam de amor que se fartam (geralmente daqueles amores que correm mal, ou não se referisse o nome da banda a uma noiva moribunda), mas conseguem fazê-lo de um modo que até os abrutalhados do thrash como eu aceitam. :-D Mas acima de tudo sobressai a melodia. As suas músicas têm uma preocupação compositiva semelhante à de um black, se quiserem. São feitas de princípio, meio e fim, variam de tonalidade de modo a não aborrecer, trazem-nos picos de interesse distribuídos equilibradamente ao longo da sua duração... em suma: são porreiras.

Pass: galaxiamusica.blogspot.com

1. To Remain Tombless (6:06)
2. L'Amour Detruit (9:08)
3. I Cannot Be Loved (7:04)
4. And I Walk with Them (6:37)
5. Thy Raven Wings (5:22)
6. Love's Intolerable Pain (6:14)
7. One of Beauty's Daughters (5:40)
8. Deeper Down (6:28)
9. The Blood, the Wine, the Roses (8:21)

Desta lista destaco "To Remain Tombless" e "I Cannot Be loved"... e "L'Amour Detruit" como tendo um dos riffs iniciais mais cativantes que já ouvi. Chega a arrepiar-me, por alguma razão.

Fica cá também o vídeo oficial da "Deeper Down":




Aqui fica a prova de que nem todo o doom é igual ao de... por exemplo... dos Before the Rain. Há aquele que pode, de facto, ter algum interesse e não nos maçar de morte.

Agora é que vamos ver quantos doomers há por estes lados... Para os outros, lembrem-se que o importante é escutarem isto de mente aberta, sem ideias pré-concebidas.

\m/

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Blogger Thaurer: eles sao de facto muito bons.
conheci-os ha uns anitos atras, e de vez em kuando gosto de ouvir uma ou outra musica deles só pra acalmar um bocadinho.
xD 21/11/08, 21:42  

Anonymous Anónimo: Uma das poucas bandas Doom que também gosto de ouvir, por acaso. No entanto, penso que ainda tem algumas influências Death. São estes e os Paradise Lost (no seu princípio) que mais gosto de ouvir.
De notar as melodias complementadas com letras românticas de algo que corre mal... algo que poderia ser lamechas, mas que não é. Muito bom músicos! 21/11/08, 23:32  

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