Downloads "Ilegais"
publicado por Pdavis

O conceito de downloads ditos "ilegais" tem, ultimamente, tem andado na ordem do dia e, como tal, nas bocas do Mundo. Existem, obviamente, vários pontos de vista, uns defendendo que o download implica a não-compra do material que o artista produziu e, consequentemente, o seu prejuízo directo, outros que o download é apenas uma forma que algumas pessoas encontraram para que ouvir música não fosse tão dispendioso.

Eu assumo que compreendo perfeitamente os dois pontos de vista, e, não defendendo nenhum em particular, existe em cada vários aspectos com que me vejo obrigado a concordar. Sou, como creio que todos nós, um utilizador assíduo da Internet, sendo também um ouvinte de numerosas bandas. E encontro-me, por vezes, numa situação em que "sacar" acaba por ser a única opção. Porque, tendo em conta que das muitas bandas que ouço há quase uma média de dois ou três lançamentos por mês, adquirir todos acabaria por ficar excessivamente dispendioso. Dou inclusivamente por mim a pensar não raras vezes se, no futuro da indústria musical, os ouvintes não terão de chegar ao ponto de necessitar de fazer uma escolha entre ouvir os discos dos seus artistas preferidos, ou alimentar-se. Isto, obviamente, se me for permitida a hipérbole. Mas, com efeito, para lá se caminha.

Sendo correcto que muitos artistas perdem dinheiro com cada álbum que é tirado via Internet, é também verídico que muitas vezes o do0wnload acaba por lhes ser muito útil. E passo, de imediato, a explicar. É um facto que, entre álbuns, concertos e merchandising, o dinheiro dos fãs não estica, ainda mais especialmente agora em tempos de crise. Precisamente devido a isso se conclui que o download do álbum era uma grande ajuda para aquele ouvinte que quer tomar conhecimento do trabalho da sua banda favorita, e seguidamente ir ao concerto, para poder dar a sua contribuição, e apreciar o espectaculo inigualável que é uma boa actuação. Logo, caso o disco seja disponibilizado para download, muito mais gente vai poder ter acesso a ele, o que causará obrigatoriamente que haja uma maior quantidade de pessoas a ouvir e apreciar as novas músicas. Tal facto conduzirá a uma maior afluência de público aos concertos e, em consequência, um maior rendimento por parte dos artistas.

Passo agora a comentar o ponto de vista das editoras, que desempenham nesta temática um papel de importância extrema. E porquê? Porque, ao contrário dos músicos, que têm outras fontes de rendimento além dos discos, as editoras não possuem qualquer meio para combater o download. Consequentemente, a expansão do conceito de música disponibilizada pela Internet levaria à quase completa extinção das editoras, uma vez que pura e simplesmente não haveria espaço nem papel para elas. Deste modo para todas as bandas as oportunidades seriam as mesmas, uma vez que qualquer um poderia gravar o seu trabalho e colocá-lo na Web, onde poderia ser adquirido e ouvido, sem que tudo dependesse da escolha de uns quantos, que muitas vezes até fazem as referidas escolhas com base na "banda que vender mais".

Em resumo e simultaneamente em jeito de conclusão, creio que seria benéfico para a indústria musical e para todos os seus seguidores que se desse uma mudança de mentalidades, que conduziria à disponibilização regular dos álbuns para os cibernautas. E, acreditem ou não, isto não iria fazer com que desaparecesse o suporte físico da música, vulgo CD, uma vez que continua a ser um prazer enorme comprar um disco, e ouvir as músicas que lá estão contidas enquanto seguramos o livreto do álbum na mão e lemos as letras. Sabe bem chegar ao fim de um dia e poder colocar um novo disco na estante, ao lado de uma nossa colecção que pode, obviamente, ser mais ou menos extensa. Porém, e como eu já referi anteriormente, nem sempre há recursos ou possibilidades para se adquirir esse suporte físico. Assim, o download é uma ferramenta importante. E acredito que não deveria ser ilegal. _

Mas, como dizem, opiniões são opiniões e valem o que valem. Está aberto o debate ;)

To all a Merry Christmas, and to all my headbanging friends a Metal Christmas.

Até p'rá semana, ou quiçá até 2009.

Dave \m/

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Anonymous Anónimo: Permite-me uma correcção, do meu ponto de vista é claro: os artistas não perdem dinheiro absolutamente nenhum com os downloads ditos "ilegais", simplesmente não o ganham. Tipo, eu faço o download do álbum mas não lhes dou prejuízo nenhum porque provavelmente não o iria comprar na mesma. E isto leva a outro ponto: eu ao fazer download posso gostar do álbum que o vou comprar.

Quanto às editoras é aquela do "quanto mais têm, mais querem". Mesmo sem terem outra fonte de rendimento, as editoras cobram preço excessivos pelos CDs... Em Portugal, por exemplo, se queremos comprar boa musica temos que dar, no mínimo, 15€, quando não é mais.

Isto minimiza logo a quantidade de compras desse CD. Digam lá agora, e se o CD custasse apenas 5€? Em vez de comprarmos apenas um, de uma banda ou artista, podíamos comprar 3, até de artistas diferentes. Mesmo a esse preço as editoras iriam continuar a ter grandes ganhos e, arrisco-me a dizer, até poderiam aumentar o lucro.

Isto já parece a cantilena dos grandes estúdios de Hollywood que gastam 100 milhões num filme e nas bilheteiras ganham 3 ou 4 vezes mais, e ainda têm a lata de se queixar da pirataria. E ainda por cima cobram balúrdios por um bilhete de cinema, nos Estados Unidos.

Basicamente a industria da musica já não precisa de editoras. Os artistas só precisam de investir na gravação do trabalho. Fazem a distribuição pela net por um preço reduzido e, se calhar, até mais do que se estivessem ligados, por contrato, a uma editora.

E a única que se pode garantir nisto tudo é que o "fenómeno" dos downloads não vai desaparecer. Ainda vai é aumentar mais. Sem os download, grande parte dos artistas, simplesmente não o seriam.

E pronto, acho que já escrevi de mais... ^^

Este assunto dá pano para mangas.

Feliz Natal para todos e que recebam muitos CDs no sapatão (um sapatinho não chega eheh!). 23/12/08, 19:25  

Blogger Thaurer: quanto a mim, sou um defensor dos downloads ilegais.


nao dou 20€ por um cd. so what? acabo por dar 30 e tal ou mais para ver a respectiva banda ao vivo.

pra nao falar na "chulice" das editoras.

e concordo com o skywritter.
artistas nao perdem dinheiro com os downloads, apenas nao o ganham.

quanto muito, quem perde dinheiro sao as editoras, e nesse caso, acho bem que percam mesmo.
enquanto nao mudarem os preços, acho muito bem que percam dinheiro.
quanto aos artistas, esses nunca vao passar fome. os fãs vao sempre assistir aos seus concertos e comprar algum merchandise. só por aí ja facturam umas boas massas.

mais: graças ao downnload, existem muitas bandas que hoje tem verdadeiros seguidores. quase como um culto atras de si. E aposto que se nao fossem os mesmos downloads ilegais, nunca na vida atingiam esse sucesso.

mas lá está. isto tem muito pano pa mangas. 23/12/08, 22:09  

Blogger Lex: Como eu dizia na semana passada, quando vejo que as editoras ainda têm poder para ressuscitar bandas que julgávamos enterradas há mais de 10 anos, só porque lhes apetece (e porque se calhar a banda também está a precisar de uns cobres, já agora), não creio que se possa dizer que as editoras, coitadinhas, estão em risco de desaparecer.
Creio, sim, que elas têm que encontrar outro caminho para subsistir, e penso que ele passa mais pela gestão de carreiras do que pela venda de álbuns.

Quanto aos downloads: não vou armar-me em fundamentalista e dizer que acho mal. Eu própria os faço e assumo que se não fosse por eles, não conhecia muitas das bandas que conheço, de que gosto, cujos discos comprei e a cujos concertos assisti.
No entanto, também não posso achar bem que haja quem se vanglorie de só ter música sacada da net, e de não ter nenhum álbum comprado. Isso para mim é pura estupidez e bacoquice.
Mas o que acho ainda pior é que se faça dinheiro à custa desses downloads, e devia ser contra isso que as autoridades se deviam empenhar: em apanhar o pessoal que vende CD's e DVD's piratas aos magotes nas feiras a 5€. Isso sim, é preocupante, não é um puto com 20€ de semanada para usar nos transportes e no almoço, sacar uns álbuns para ouvir enquanto não pode comprar o original.

Eu faço downloads, sim. E já me aconteceu por mais que uma vez fazê-los e gostar deles ao ponto de ir comprar os álbuns na semana seguinte. Também já me aconteceu querer comprar o álbum e simplesmente não o encontrar à venda - que moral é que alguém tem para me dizer que não o saque da net, nesse caso?

E pessoal, se isto tem pano para mangas, façam-se as mangas! :D Toca a dar largas ao debate. 24/12/08, 01:27  

Anonymous Anónimo: O download ilegal ou não é algo que beneficia o consumidor, e pode beneficiar o artista. N vezes saquei álbuns de bandas que não conhecia, e ao passar a conhecê-las e gostar delas, posso até querer ir a concertos deles e comprar CD's deles (O produto exterior dá sempre um maior prazer nas mãos que um download). O problema está mesmo no preço dos CD's como refere Skywriter. 20€ é um balúrdio.

Lembrei-me de um trecho de um músico dos Benediction (banda death metal britânica) que comparou o fenómeno dos download ilegais com o tape trading que havia no seu tempo. Demonstra então que isto não é novo, só que é mais avançado tecnologicamente e mais cómodo.

No entanto se as editoras não tiverem dinheiro... quem apostará nas bandas? Quem produz os álbuns? Um músico apostar em concertos e merchandise não lhe dá o dinheiro que precisa, visto que o mercado da música é muito incerto.

Também concordo com o Lex neste ponto. Só ter downloads e não ter pelo menos um álbum comprado é estúpido. 25/12/08, 02:03  

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