... and Metal for All: Impaled Northern Moonforest
publicado por Lex

E se começássemos o novo ano numa nota humorística?

Estava no outro dia a ter uma daquelas conversas altamente edificantes sobre o tempo, o frio, os dias de pouca luz, etc, e às tantas digo a alguém "pois, tu estás num local verdadeiramente grim e frostbitten, suponho".
Ora, isto para dizer que esta expressão - "grim e frostbitten" - é algo que se foi insinuando no meu vocabulário aos poucos, de tal modo que chego a esquecer-me de onde ela veio. É para relembrar isso que hoje vos trago uma das bandas mais peculiares no universo do Metal. E não, não me refiro aos Immortal... Mas ando lá perto.

Os Impaled Northern Moonforest surgiram do aborrecimento pontual de dois ex-membros dos Anal Cunt. Num dia em que não tinham literalmente mais nada para fazer, decidiram pegar em si e ensaiar uns toques do chamado "True Norwegian Black Metal" (TNBM). Só que como não podiam fazer muito barulho no sítio onde estavam, tiveram que usar apenas uma guitarra acústica e simular a bateria com as mãos, as pernas e um colchão. O resultado é... Bom, só ouvindo, realmente:


Se quisermos compreender a razão de existir destes gajos, temos que pensar no que é, afinal, o T.N.B.M. O (traduzindo) "Verdadeiro Black Metal Norueguês" já foi alvo de estudos, dos quais até um livro resultou (pesquisem por Peter Beste e verão). Explicando de forma muito breve (até porque haverá sempre quem consiga abordar este assunto bem melhor que eu), trata-se da denominação dada à vaga de Black Metal norueguês que surgiu no início dos anos 90, da qual fizeram parte bandas como Burzum, Mayhem, Darkthrone, Immortal e companhia. Dizem os aficionados que nunca mais foi feito Black Metal como nessa altura, nesse país, e daí ter surgido o T.N.B.M. como uma denominação algo saudosista, relacionada intimamente com a ideia do 'antigamente é que era bom'. Como em tudo, de resto.
O que os I.N.M. fizeram foi pegar nos estereótipos desse som e nas suas temáticas e levá-los aos extremos: o extremo máximo nas letras, o extremo mínimo nos instrumentos.


Assim, temos faixas tais como: "Nocturnal Cauldrons Aflame Amidst the Northern Hellwitch's Perpetual Blasphemy", "Summoning the Unholy Frozen Winterdemons to the Grimmest and Most Frostbitten Inverted Forest of Abazagorath" ou "Masturbating on the Unholy Inverted Tracks of the Grim & Frostbitten Necrobobsledders". Genial.
Temas recorrentes: o frio, o norte, o Inverno, as cabras, as florestas, as montanhas, as inversões, um tal necro-feiticeiro, as blasfémias... e uma estranha referência a um bar gay (mas devidamente "grim e frostbitten", valha-nos isso).

Esta semana não vos deixo aqui o álbum para não estar a encher ciber-espaço sem necessidade, pois é a própria banda que o disponibiliza gratuitamente no seu site.


Peço atenção também ao cuidado que foi colocado no grafismo... Quase tanto quanto o cuidado posto no som.



Pessoalmente acho os I.N.M. uma coisa estupidamente brilhante, enquanto pseudo-projecto que não deveria ter saído da garagem bolorenta onde foi parido, mas que por alguma razão insondável se tornou relativamente conhecido (tendo em conta aquilo que é, ao fim e ao cabo). Mas é preciso algum cuidado ao ouvi-lo, e não cair no erro de o avaliar com a mesma bitola com que avaliamos uma banda de Metal a sério. Tudo necessita de contextualização, nunca se esqueçam disso.
E com isso no pensamento, soltem-se de preconceitos e divirtam-se com os curtos 30 minutos deste álbum tão... único.

Podem sacar mais material do site oficial da banda (link abaixo), incluindo uma colectânea de Natal onde participaram outras bandas de Acoustic Black Metal. É... quem sabe não assistiremos um dia a um surto de A.B.M.? :-P


Reparem na destreza da bateria... :-D



\m/

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