... and Metal for All: Metallica
publicado por Lex

Já era tempo de eu abordar o nome por detrás do meu avatar e do título destes artigos. O nome na génese da minha paixão pelo Metal, os responsáveis por eu me ter desviado em boa hora do caminho da pop e enveredado por estas andanças mais 'obscuras', que há tantos anos causam desgosto aos meus progenitores. "Andamos a criá-los para dar nisto..."

E um bom pretexto para os trazer à baila é o novo ano que começa.
Hoje são motivo de grandes discussões. Não me recordo de nenhuma outra banda que tenha suscitado tanta celeuma - isso porque há poucas que gerem, por si, tantas paixões. Os seus fãs dividiram-se: há aqueles que os adoravam acima de tudo e que hoje não os podem ver à frente. Consideram-nos uns traidores, a quintessência da vendilhice, e nunca lhes perdoaram a questão Napster. Depois há os que preferem a nova fase da carreira da banda, acham que não perderam nada desde os tempos antigos e só vêem coisas positivas nesta mudança. Pelo meio estão aqueles que aceitam a tal nova fase como parte integrante da evolução que a banda escolheu para si, mas que mesmo assim não conseguem gostar dela. Por isso agarram-se aos trabalhos antigos, na esperança inabalável de que um dia os quatro de S. Francisco consigam ressurgir na velha glória.
Eu incluo-me neste último grupo, e para quem ainda não adivinhou, falo-vos dos Metallica.

Quando falei sobre Rammstein disse que era mais fácil escrever-se sobre as bandas de que mais gostamos, mas este é um caso à parte. Por me serem demasiado caros, é-me difícil decidir o que dizer sobre eles. Era capaz de ficar aqui a dissertar a semana inteira. Não direi que são hoje em dia a minha banda favorita, mas o passado marca uma pessoa e por isso não me esquecerei nunca do papel que tiveram no meu percurso pessoal, a tantos níveis. Por isso peço desde já desculpas se a páginas tantas este artigo tomar proporções um pouco mais pessoais do que é habitual.
Continuo a gostar das músicas de que gostava antigamente, talvez não com a mesma euforia (já lá vão uns bons 15 anos) mas ainda e sempre com um sorriso nos lábios e um headbang a acompanhar. E desde 1996 também com um pedido surdo a querer sair-me da garganta: "Por favor, dêem-nos mais disto e esqueçam o que têm feito". Sim, a mim dói-me quando ouço material pós-Load. Podem dizer o que quiserem mas é assim que o sinto e não há volta a dar. Mas como respeito quem gosta e como não vou nas modas do bota-abaixo, não digo isto para ir com correntes - tanto é que aguardo cada novo lançamento com uma esperança de que 'seja desta'. O álbum sai, eu ouço e julgo consoante o que ouvi. Fiz isso uma, duas, três vezes. Das três disse "não é desta" e pus o álbum de lado. Até ao próximo, ao seguinte, e ao que se seguir a esse. É certo que a cada tentativa a esperança esmorece um bocadinho, mas está sempre cá.

Regresso a 1992 e vejo-me a descobrir o Black Album, um ano depois do seu lançamento. Nunca mais fui a mesma pessoa, e ainda mais diferente fiquei depois de ter presenciado aquele que é ainda hoje considerado por muitos (todos os que lá estiveram, talvez...?) como o melhor concerto de sempre em terras lusas: o do mítico dia 16 de Junho de 1993, no velho estádio José de Alvalade. Numa época em que poucos grandes nomes vinham tocar a Portugal, lá fui eu de mochila às costas em excursão para Lisboa com amigos. Raios, o dia ficou-me tão marcado na memória que ainda me lembro do que almocei antes de ir.
É em nome dessa lembrança (e de tudo o que a ela está ligado) que hoje escrevo. O meu principal objectivo será o de dar a conhecer à nova geração, que porventura tenha crescido a ouvir só os últimos 3 álbuns de Metallica o que de bom eles fizeram para trás. Se não servir para ficarem a apreciar os trabalhos mais antigos, que sirva para poderem comparar e compreender melhor os 'cotas' que choram lágrimas de sangue quando ouvem o St. Anger. Aviso à navegação: este texto poderá eventualmente ferir as susceptibilidades de alguns fãs. Tentarei não abusar, mas se o sentimento falar mais alto, nada a fazer, as paixões são viscerais.

Portanto sentem-se confortavelmente, ponham os headphones e como dizia Jack the Ripper... "vamos por partes".

1983 - "Kill 'em All"
Dois anos depois da formação oficial da banda, e depois de terem despedido um dos maiores guitarristas do Metal (sim, Dave Mustaine), é lançado aquilo que seria o início de uma mítica carreira. "Kill 'em All" é bruto, é crú, está pouco produzido, conta com um James de voz ainda imberbe, mas tem uma componente instrumental já bem lançada para a complexidade dos álbuns que se seguiriam. Para a história ficam músicas de arrebentar tudo como "Whiplash", "The Four Horsemen" e aquela que é ainda por muitos considerada como um dos principais hinos da banda, "Seek and Destroy". Foi a mais longa da setlist dos concertos de Metallica por muitos e bons anos, aquela onde a fila da frente podia dar um ar da sua graça ao microfone, com um "SEEK and DESTROOOOOY!!!" o mais rasgado e histérico que fosse possível à voz humana. Em qualquer registo ao vivo anterior a '96 se pode apreciar durante este tema a qualidade da interacção banda-público:



Parte 1




Parte 2
Lamento que hoje em dia este tipo de interacção já não se faça do mesmo modo. Não sei o que me parece ver um James que nos brindava com um saudável e metaleiro "HEY, MOTHERFUCKERS!" a aparecer em palco com um teletubbi'ano "Hi, friends! Metallica loves you!". Sinais dos tempos, talvez... mas não me agrada.

1984 - "Ride the Lightning"
É espantoso como a voz de Hetfield pôde amadurecer tanto de um álbum para o outro, mas o facto é que neste "Ride..." está já muito mais próxima daquilo que seria nos anos vindouros. Deve ter corrido muito whiskey naquela garganta para a enrijecer.
Com este álbum os rapazes prosseguiam num caminho seguro para os êxitos que ainda estavam por vir. Houve uma notável melhoria na produção e na composição das músicas, e quase todas alcançaram notoriedade, mas destaco pessoalmente a "Fade to Black", a "Creeping Death" e a "For Whom the Bell Tolls". Incomparáveis. Especialmente a "Fade to Black", cujo solo inicial é de uma delicadeza e beleza inesperadas para o tipo de banda que Metallica eram na altura. Para além disso, protagonizou o primeiro momento de pirotecnia em palco que eu vi na vida. Inesquecível.





"Fade to Black", ao vivo, 1992.

1986 - "Master of Puppets"
O auge, para muitos... Tantos quantos acham que a banda não fez nada de bom desde este álbum mítico. Pessoalmente discordo, mas já lá vamos. Trouxe-nos autênticos hinos como a própria "Master of Puppets", "Welcome Home (Sanitarium)" ou ainda "Battery", música ideal para dar cabo do moshpit - no bom sentido. É um grande, grande álbum, rendeu muitos dividendos a vários níveis e rapidamente se transformou num clássico, mas acabou por ser ensombrado pela morte do baixista Cliff Burton durante a digressão europeia de promoção. No seu funeral foi tocada pela última vez durante muitos anos a instrumental "Orion", cujos acordes só voltariam a ser tocados ao vivo pela mão do novo baixista, em jeito de breve e respeitosa homenagem durante o seu solo. Desde então que este rapaz de 24 anos ficou imortalizado no panteão dos deuses do Metal, e é lembrado por legiões de fãs por todo o mundo, que acham que nunca houve nem haverá baixista que se lhe iguale. Os Metallica podiam ter terminado tudo nesta altura, tal a perda que sofreram. Aliás, só quase por milagre é que isso não acabou por acontecer.




"Master of Puppets" ao vivo, ainda com Cliff Burton. Qualidade ranhosa típica de uma bootleg que foi feita há 21 anos, meus senhores. Respeitinho. :-)

1988 - "... and Justice for All"
Este sim, é bem capaz de ser o melhor álbum de Metallica. De sempre. Para além de dar para bons jogos de palavras, é de uma coerência nunca antes ouvida. Não se tratando de um álbum conceptual, as sucessivas faixas interligam-se de modo notável. Às tantas já não conseguimos ouvir uma ou duas isoladas, precisamos de o ouvir inteiro. Nem consigo apontar as músicas mais notáveis - são-no todas.
Foi também um baptismo de fogo para o novo baixista, o grande Jason Newsted, que se integrou perfeitamente no espírito da banda e foi surpreendentemente bem aceite pelos fãs. Tanto em estúdio como ao vivo ele provou estar à altura do posto que ocupou. Burton nunca será esquecido, mas Newsted mereceu também um lugar firme no line-up da banda. Tive muita pena de o ver partir pois - e tenho que o dizer - o actual baixista não lhe chega aos calcanhares.




"One", considerada por muitos como a melhor música alguma vez feita pela banda, o seu hino por excelência.


1991 - O inesquecível "Black Album", ou simplesmente "Metallica"
Não existe um consenso sobre se este trabalho é uma obra-prima ou se é já o início do descalabro. A bem dizer, não há consenso sobre quase nada em relação a Metallica. Muitos puristas defendem a última hipótese, acenando com a bandeira do comercial e com os números de vendas no mundo inteiro.
Eu não vou por aí. Até ter ouvido melhor o "... and Justice..." era este o meu favorito. Ainda tem reservado um lugar muito especial nas minhas preferências por ter sido o primeiro que ouvi, e ainda é o CD com mais rodagem cá em casa, mesmo após todos estes anos.
Ainda vou sabendo as letras todas de cor, ainda sei o alinhamento das músicas e ainda me lembro o que cada uma simboliza para mim. Foi este o álbum que mais me marcou, sem hipótese de dúvida, e por isso não consigo falar objectivamente sobre ele. Sei que não será o melhor e talvez nem tenha as melhores malhas da carreira da banda, mas não consigo evitar enaltecê-lo. Além de tudo foi o pico da montanha, já que daqui em diante foi sempre a descer - e neste ponto torno a lembrar que isto é uma opinião pessoal.



"Wherever I May Roam", durante muito tempo a minha faixa favorita. Perdi a conta às vezes em que estoirei braços e pernas a treinar air-drums com esta música. :-D

Este Black Album foi um ponto de viragem não só para os Metallica mas também, e especialmente, para a música em geral. A nível nacional não foi o primeiro álbum de Metal a entrar e a permanecer nos Tops de vendas (esse privilégio pertence aos Iron Maiden), mas foi aquele que marcou a abertura de muitas mentes para este género musical, o que dado o panorama da época foi um feito descomunal. O Metal começou lentamente a entrar pelos ouvidos das massas, e estas foram-se habituando gradualmente a sons mais pesados. Basta dizer que em 91 nunca uns Korn (por mero exemplo) poderiam ter os seus vídeos a passar regularmente num programa como o Top+. Naquele tempo quem dominava era Bryan Adams e Whitney Houston, para quem se lembrar... Não havia morangadas, mas havia outras xungarias. E a nível internacional a coisa não foi muito diferente. Sensivelmente a partir desta altura o Metal deixou de ser um bicho papão para muita gente, e os pais dos adolescentes até concordavam que a "Nothing Else Matters" e a "Unforgiven" se ouviam muito bem, e que se aquilo era Metal, então não era assim tão mau. Isto foi um avanço significativo, acreditem.

Mas... e há sempre um 'mas'... Nem toda a gente viu com bons olhos esta dita massificação do Metal, e por isso rotulou já nesta altura os Metallica de vendidos. De facto fartaram-se de vender, lá isso é verdade... Que chegaram a muito público que à partida não seria o seu, também é outra verdade. O que eu pergunto é se isso é necessariamente mau. E posso responder com um facto muito simples: se foi preciso venderem-se desta maneira para que pudessem finalmente vir tocar a Portugal, então... viva a 'vendilhice'.

My prrreciousss...

O que se passou de 1993 para diante foi como se pertencesse à história de uma banda diferente. Três anos de paragem após uma digressão brutal, tanto em qualidade como em tempo na estrada (ano e meio a correr mundo não é para qualquer um) tiveram um efeito inesperado. Chamo-lhe a Síndrome de Sansão: quando cortaram os cabelos perderam a força, tal como o personagem bíblico.
Newsted acabou por sair da banda em 2001 por divergências com os restantes membros e alegada incompatibilidade criativa.
Hetfield entrou para uma clínica de reabilitação, pelos vistos 'viu a luz' por lá e escolheu valorizar a vida pessoal em detrimento da vida pública - não o posso censurar por isso, mas que me entristece na mesma ver que perdeu muita da garra que tinha ao vivo, não posso negar.
Hammett e Ulrich apenas começaram a deixar transparecer o passar dos anos e o desgaste... Nunca mais os vi tocar como outrora, mas só me resta aceitar que é uma regressão inevitável... Ou não? Afinal, vejo os Scorpions com uma genica invejável, e são bastante mais velhos que os Metallica... Vejo os Maiden que parecem zombar dos anos que passam... Bom, suponho que não podem ter todos percursos iguais. É pena.
Mas o que me dói não é só a performance ao vivo. É a performance em estúdio. Depois de nos terem brindado com tanta coisa brutalmente genial ao longo da sua carreira, como é que lançam uma música cujo refrão é "Fran-tic-tic-tic-tic-tic-tic-tac!"...? Nem queria acreditar quando ouvi. E já para não falar na própria St. Anger... Ainda me lembro da primeira vez que a ouvi: fiquei feliz com o poder daquela bateria no início, estava a ver que auqilo iria ser finalmente o regresso... até que a pilha se esgota e o James entra a cantar "Saaaaaint Anger round my neck..." como se tivesse saído de uma outra música qualquer, sem ligação absolutamente nenhuma com a bateria e guitarras a rasgar que ainda há segundos tinha ouvido. Foi o verdadeiro balde de água gelada, para não usar outra expressão.

Antes disso já tinha ouvido o "Load" e o "Re-load". Até corri a comprar o primeiro mal saiu, conhecendo apenas a "Until it Sleeps" - que não considero uma má música ainda hoje, mas que não podia ter sido a melhor de todo um trabalho. Não a seguir ao Black Album.

Pelo meio ainda saiu cá para fora um raio de luz chamado "S&M", que brilhou mais pela originalidade do conceito e pela boa junção de orquestra sinfónica com uma banda de Metal do que propriamente pela espectacularidade ao vivo da banda em si.

E o resto é história. Uma que não serei eu a contar. Gostava até que alguém me fizesse o favor de me apresentar pontos positivos da fase pós-Load, que me tentasse fazer ver que aquilo é bom... É que se até a própria banda acaba por reconhecer que o que compôs depois do seu 5º álbum não é digno de estar presente nas setlists dos seus concertos, algo de estranho se passa.
Mas cá eu quero muito acreditar que ainda verei um bom álbum novo de Metallica. Mesmo muito.
Mantenho a esperança viva.

P.S.: todas as passwords para as "prendas de Reis" escondidas por aí acima - galaxiamusica.blogspot.com

Escolha da semana:

Um trecho de música instrumental. Música clássica, se quiserem, porque 'clássica' não significa 'antiga'. John Williams é um dos compositores mais brilhantes do nosso tempo, e compôs esta música em 1981 para ser parte integrante de uma das nossas trilogias favoritas do cinema. Nem vou dizer qual, aposto que todos conhecem isto.
Chama-se "Raider's March" e é simplesmente genial.




Nota: a partir de hoje não há alojamento no esnips para ninguém, como era costume. Aparentemente não gostaram que eu tivesse tentado pôr lá Metallica, e acabaram-se os uploads.

\m/

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Anonymous Anónimo: Eu serei rude para a maior parte que aqui escreve, talvez até ofenda...

Descobri este blog há relativamente pouco tempo, aparece no Planet Football 10 a vossa publicidade, penso que serei mais velho que qualquer um que escreve aqui (Mark3r incluido), não acho o blog nada de especial, existem sitios por aí fora onde se lê muito mais e melhor sobre musica.
Para mim, este blog só devia ter 3 cronistas, O meu caro Lex, o Mark3r e o Higuita, o resto, correndo a desfaçatez de ser injusto, não me diz nada, ainda que debite esta critica de forma leviana, por tb já ter escrito num blog e saber como é dificil, mas o que me parece é que nesta equipa só há 3 membros empenhados, o Lex (Alexandre suponho), o Mark3r (Artur, toda a gente sabe, eu não gosto de wrestling, mas andar em blogs nacionais e não o conhecer é pura ignorância) e o Higuita , cujo nome não faço ideia.

Tudo isto para dizer, eu pensei que a segui ao último post do Mark3r, sobre o gótico (que eu injustamente quiçá, não comentei), eu pensava que não era possivel haver melhor post neste blog, mas caro Lex, este post quase me levou às lágrimas, por tempos que foram e não voltam.

Nem é por concordar muito consigo, ou deixar de concordar, é essa tua (permiti-me o tu) de escrever (já com Corvus aconteceu) de nos fazer sentir como se fossemos nós a escrever.
Para mim Metallica é Ride the Lightning para trás, o meu tema preferido é For whom the bell toes, achando ainda que Fade to black é provavelmente um candidato a top50 em todas as mais belas canções escritas na história da humanidade (pretensioso eu sei).
Já agora e sobre esse tema, podias ter acrescentado que Hatfield andava no seu carro a ouvir Carlos Paredes e na versão do álbum, a introdução é feita mesmo em guitarra portuguesa (para quem não percebe o que escrevo, devo dizer que tem 12 cordas).

Este a par do último post do Mark3r é de longe do melhor que já li seja na blogoesfera (não só nacional), seja no mundo dito real (não percebo a diferença, estamos todos aqui, ao mesmo tempo, faz parte da nossa vida, participamos, fizemos, é realidade, não há nada de virtual na net).

O que me faz continuar a visitar este blog é saber que de vez em quando, aparecem estas pérolas, sejam tuas, do Mark3r, do Higuita, ou outro qualquer que não se revelou ainda.

Mais valia reduzir o blog a 3 e só postarem quando vos desse na cabeça.

Enfim, confesso que estou algo "vaporizado de forma etilica" e em circunstancias normais não comentava, mas saiu...

Já agora, conheço bem a escolha da semana, mas qdo tento aceder, pede-me para registar e não dá acesso ao tema.

Revejam isso, há muito sitio para colocar MP3, se precisarem, digam aqui, eu entro em contacto.

P.S- O AO VIVO já regressava. 04/01/08, 03:29  

Anonymous Anónimo: Disse muita coisa, mas isto passou:

Eu também tenho um "my preciousssss" como o teu, hehe 04/01/08, 03:32  

Blogger ZePedro: Antes de mais, gostaria de referir, o excelente trabalho da Lex, por fazer relembrar aqueles excelentes momentos do passado com este post sobre metallica. E por acaso tenho uma historia muito engraçada com a música "One" que dispensa apresentações.

Agora, caro anónimo...ainda bem que reconheces logo no princípio que estás a ser injusto. Não podes referir o empenhamento como se fosse uma exclusividade de um punhado de pessoas, pois este blog, é uma equipa, um "todo" por assim dizer. Eu por exemplo acho que nunca falhei um dia meu de escrita (ou se falhei, bom motivo teria). A vida não é só escrever para o blog, e no meu caso, é uma sorte arranjar tempo durante a semana, tempo esse que utilizo para ir escrevendo por aqui o que me vai na cabeça. Por vezes tenho espectaculos, ou compromissos nessa área, o que me impede de escrever. Mas prontos, só vim defender a minha parte, agora virem dizer coisas dessas...epa, é tar a desrespeitar o trabalho alheio! De qualquer maneira Feliz Ano de 2008 04/01/08, 18:41  

Blogger Lex: Agredeço com sinceridade as palavras do anónimo. Este foi um artigo que me deu especial prazer escrever, e ainda bem que isso passou aí para fora. :-)
Já agora, o meu nick não tem a ver com o meu nome real, isso são outros quinhentos. E quanto muito seria Alexandra. :-D

Em relação aos meus colegas cronistas... pode gostar-se mais de um estilo de escrita do que de outro - como em tudo na vida, de resto - mas não se pode negar que todos os que cá estão agora se empenham em dar o seu melhor.

A questão do upload do mp3 está resolvida, não deve dar mais problemas. Qualquer coisa, digam. 04/01/08, 22:52  

Anonymous Anónimo: Bem.. Metallica.. tinha tanta coisa a dizer mas vou resumir.. começando pela pergunta final.. pos load.. sinceramente.. as melhores letras de musicas quanto a mim estao no album load.. de resto, apesar de nao desgostar dos albuns,estão longe dos primeiros. Quanto ao baixista.. é a tua opiniao, eu pessoalmente gosto mais do Rob que do Jason...
Quanto a agrssividade ao vivo, viste o concerto do ano passado? eles estiveram muito bem mesmo, e fiquei mesmo espantado pois o james voltou aos seus: "common mutherfuckers".. A setlist foi perfeita e eles estiveram mt bem mesmo!
Eu tambem sou dos fans que espera que o próximo album (que sai nos proximos meses) seja um regresso.. embora tolere bem os ultimos trabalhos.. 04/01/08, 23:00  

Anonymous Anónimo: Mas ja agora quanto a serem controversos.. uma questao.. Ouviste a chamada "the other new song" que eles tocaram em 2006 e que era pa sair no novo album? foi a 2º musica nova que tocaram na Korea.. se sim, que achaste? 04/01/08, 23:03  

Blogger Lex: Não ouvi a "the other new song". Ouvi apenas a "the new song", e com uma qualidade tão má que me escusei a achar fosse o que fosse. Resolvi esperar mesmo pelo álbum, por uma edição com som decente, para poder julgar. É que senão, corro o risco de estar a dizer que uma boa música é má, só pela fraca qualidade do som.
Já agora, é no mínimo... "inovador" darem esses nomes, ainda que provisórios, às músicas que apresentam ao público. :-D Queiram os deuses que não saiam oficialmente com eles agarrados, por hábito: "Eh pá, agora que o pessoal já as conhece assim e já, bora lá deixá-los".

E sim, a setlist do ano passado foi perfeita. Apenas uma música da fase pós-load foi tocada (e nem sequer foi um single do último álbum). Não achas isso estranho, gostos pessoais à parte?
Fora isso, o que ouvi sobre o concerto do SBSR foram boas críticas, no geral, mesmo da parte de gente que estava às avessas com a banda. Não estive lá por imperativos profissionais, mas é bom saber que ao vivo estão a melhorar - ainda que tenha consciência que nunca voltarão ao nível de antigamente. 04/01/08, 23:14  

Blogger Talionis: Metallica é um assunto delicado para mim... acabo por só dizer asneiras, por isso prefiro ficar calado.

Para mim os Metallica estão mortos e enterrados desde 93, altura em que foram substituídos por uns clones-robots de fraca qualidade. Se houve boas músicas depois disso? Talvez... se houve boas músicas de Metallica? Népia.

Dói-me que ande aí esta banda a usufruir do nome e do legado dos deuses que são os Metallica, de longe a banda mais importante na minha "formação musical", e mesmo como pessoa.

Luís, falas da agressividade ao vivo no ano passado... pergunto-te eu, alguma vez viste um dos concertos antigos deles? San Diego de 92 ou Seattle de 89... isso sim, era agressividade e espectáculo. Isso eram os Metallica. O concerto do ano passado foi completamente banal, mal tocado, mal interpretado, e completamente falso. Parecia uma banda de covers daquelas fracotes...

Repito: em termos absolutos até poderão ter a sua qualidade... se há quem goste de My Chemical Romance, óbvio que também há de haver quem goste disto. Mas não é Metallica. Não é qualidade de Metallica. 04/01/08, 23:20  

Anonymous Anónimo: Bem quanto ao tocarem apenas 1 musica pos load, concordo, eles proprios o reconhecem.. qunato as duas novas musicas, eles ja disseram que nenhuma delas ia estar no album.. elas tinham esses nomes porque não estavam acabadas. Agora o que queria dizer quando perguntei se ouviste, é que a The other new song tinha uma sonoridade mt parecida com o Kill em All.. a estrutura era muito parecida com musicas como Motorbreath ou Hit the lights.. so ainda nao tinha as letras completas.. e essa musica foi mt criticada, com criticas como: "parece 1 cover de uma banda punk". Ora o ponto a que quero chegar é: façam o album que fizerem, hoje em dia eles irão ser muito criticados de qualquer maneira. É a minha opinião, gostava de saber se concordas 04/01/08, 23:22  

Blogger Talionis: E mais! Que tenham tocado uma música nova ao vivo e lhe tenham chamado apenas "new song" à falta de melhor título, admite-se.

Já não se admite que continuem a chamá-la "new song" a título permanente...

E ainda menos que ainda tenham o raio da lata de tocar outra música chamando-lhe "the other new song". Porra, já sabia que agora o James parecia mais um teletubbie (hello friends, metallica loves you do you love metallica?) na postura em palco, agora arrasta isso para os temas?

Ridículo, patético, ofensivo.


Bah, eu bem disse que começando a falar de Metallica só digo asneiras... 04/01/08, 23:23  

Anonymous Anónimo: talionis nao lembras de certo mas ja tive esta conversa contigo aqui no blog :) sim eu vi esses concertos que te referes, sim eles agora nao sao nada assim, quando falo de mais agressivos é por exemplo em relação a 2004.. a voz do James ta muito melhor, e surpresa das supresas ate o lars tocou benzito.. mas tu foste la ver talionis? 04/01/08, 23:25  

Blogger Lex: "façam o album que fizerem, hoje em dia eles irão ser muito criticados de qualquer maneira" - ah, claro que sim.
Hoje em dia é 'costume' mandar abaixo só porque sim, porque é moda e porque todos os outros o fazem. Não só com Metallica... os Dimmu, por exemplo, sofrem do mesmo.
Pessoalmente fujo disso como o diabo da cruz e é por tal facto que encaro sempre um novo trabalho com espírito aberto. E quando digo que não gosto sei bem o motivo. :-) 04/01/08, 23:26  

Blogger Talionis: É possível, sim ;). De facto não me lembro...

Podem estar mais agressivos em relação a 2004, 2000 ou 97 (vide Cunning Stunts).

Vi em directo o concerto deles do Rock in Rio e, com toda a honestidade - e não é dizer mal por dizer - achei-o amador. O James cantou mal, o Kirk tocou pessimamente e o Lars simplesmente não tocou, apenas fingiu que tocava. Escandalosamente, quem esteve melhor foi o Rob, ou não estivesse ele ainda a ser julgado; nem por isso teve uma prestação positiva, ao andar pelo palco a imitar um gorila.

Digo-o uma vez mais, para deixar bem claro. Não estou a dizer que é algo mau em termos absolutos. Comparando com algumas bandas de nu-metal até é capaz de ser interessante... mas se é para falar de Metallica, então sim, é péssimo, porque Metallica não é aquilo. Aquilo são só uns pobres tristes a viverem da fama que atingiram há 15 anos atrás.

Uma coisa te garanto: se esse mesmo concerto fosse dado pela mesma banda, mas fossem anunciados com outro nome, toda a gente ia atirar pedras e achá-los lastimáveis. E o mesmo com o St. Anger album - os poucos elogios que teve deveram-se exclusivamente ao nome "Metallica" na capa. 04/01/08, 23:32  

Anonymous Anónimo: Vou responder a duas coisas.. primeiro, que as chamadas "New songs" foram assim chamadas pois não estavam acabadas, e eles ja confirmaram, digo o novamente, a banda confirmou que nenhuma delas vai estar no novo album, nao havera nenhuma musica chamada The new song. Quanto a eles hoje em dia lhes atirarem pedras, desculpa discordar.. eles quanto a mim tiveram excelentes no concerto de 2007, estiveram a anos luz das outras bandas presentes! A setlist foi perfeita o james cantou muito bem mesmo na minha opiniao, claro, foi um grande concerto como muito poucas bandas actuais conseguem dar! 04/01/08, 23:36  

Anonymous Anónimo: Bem, vamos por partes...
Quanto à massificação do Metal, eu discordo. Não sei como era nesses tempos que referes, mas sei que hoje pelo menos junto do pessoal mais novo quando se fala em Metallica pensa-se "ah isso é só barulho", enfim...

E quando falo de 'pessoal mais novo' é pessoal de 15 anitos, assim como eu :D
Ainda sobre a questão das idades, começei a ouvir Metal pelos Iron Maiden e apenas depois ouvi Metallica, dadas algumas influencias começei por ouvir o ditos clássicos, sacar os melhores albuns, e só depois ouvi os ultimos tres. Alias, hoje em dia o unico album que não tenho é o próprio Reload.

E vou deixar aqui a minha opinião, meramente pessoal claro está:

Para mim o melhor album de Metallica, ou mais não seja o que mais me tocou, o Black Album. Não só pela Nothing Else Matters e Unforgiven, como também pelo Sad But True, Wherever I May Roam, Enter Sandman, Of wolf and Man...
Essas foram as que mais me marcaram e que mais gosto.

Falando da fase após Load, não sei se pela minha idade, se por não ouvir apenas Metal mas consigo ouvir muito bem qualquer dos 3 albuns seguintes, apesar de não comparar nenhum com os anteriores, claro. Mas em todos eles consigo gostar de algumas músicas. No load especialmente, em que gosto bastante da Until it Sleeps, Hero of the day, bleeding me, mama said, outlaw torn...
No Reload, gosto mesmo myuito da Unforgiven II a ponto de achar esta ao nivel de muitas de albuns anteriores, a melhor após Black Album. Gosto ainda da fuel, Memory Remains, devil's dance. (Influencias do S&M)
Do ST.Anger ja nao gosto tanto, apesar de ouvir bem a ST.Anger, e a Frantic...

Mas no geral concordo com o que aí dizes...
E como todos espero esperançado que o novo album seja algo mais aprecido com o que aí detalhaste, e numa onda de desejos, espero também que passem por cá no Verão :)

Grande, grande post Lex, parabéns ;) 06/01/08, 15:35  

Anonymous Anónimo: Ahh, e discordo bastante do que o Talionis diz "e esse mesmo concerto fosse dado pela mesma banda, mas fossem anunciados com outro nome, toda a gente ia atirar pedras e achá-los lastimáveis. E o mesmo com o St. Anger album - os poucos elogios que teve deveram-se exclusivamente ao nome "Metallica" na capa."

Eu acho precisamente o contrário, como foi dos Metallica foi tudo bastante criticado, porque de facto mudaram bastante o estilo e a base das músicas. Contudo se fosse uma banda originalmente de Nu Metal, e os seus fans também fans de Nu Metal, teria sido um sucesso estrondoso. Só não foi, porque em comparação com os melhores albuns de sempre (os seus, antigos) fica destroçado... 06/01/08, 15:38  

Blogger Lex: «Não sei como era nesses tempos que referes, mas sei que hoje pelo menos junto do pessoal mais novo quando se fala em Metallica pensa-se "ah isso é só barulho", enfim...» - Bem, eu não tinha nada essa ideia... O que diz esse 'pessoal novo' de uns Moonspell, então? :-D

Há 15/20 anos quando se falava numa qualquer banda de hard rock ou Metal, "era só barulho". Até Guns n' Roses ou Iron Maiden, que hoje são considerados 'levezinhos'.
Os tempos mudaram, houve uma proliferação de bandas com sonoridades mais pesadas, às quais até as rádios começaram a dar destaque (vejam-se uns Korn, por exemplo)e hoje em dia já não se estranha tanto um baixo mais forte, uma bateria mais acelerada ou até mesmo uma voz mais arranhada (se bem que este talvez ainda seja o aspecto que mais custa a entrar na cabeça do pessoal). Dependendo sempre dos meios de que estamos a falar, claro.
Mas tendo em conta que até nas estações subterrâneas do Metro do Porto eu já ouço uma batidazinha mais familiar de vez em quando... :-D 08/01/08, 15:25  

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