... and Metal for All: Amon Amarth com Odin ao seu lado
publicado por Lex

Eis-me de volta ao Metal de cariz folk e a um álbum em especial.
Ainda bem que eu demorei a conhecer Amon Amarth como conheço hoje. Se por alturas da sua passagem por Lisboa, em Outubro último, eu já gostasse deles como agora teria sido ainda mais triste não poder lá estar. A providência tem timings surpreendentes, por vezes.
Hoje trago-vos o último trabalho destes vikings: "With Oden on Our Side", lançado já em 2006.


O primeiro contacto que tive com ele e com a banda não foi propriamente entusiasmante. Vi o vídeo da "Runes to my Memory" e não lhe achei piada rigorosamente nenhuma. Já me flagelei devidamente desde então, pois claro. O 'clic' deu-se quando ouvi a "Under the Northern Star", que me agarrou como uma lapa se agarra a um rochedo. Aliás, foi como se o próprio rochedo me tivesse caído em cima.

Este álbum fala-nos de guerreiros nórdicos em heróicas batalhas longe de casa, nas recompensas que os aguardam no regresso - ou no Valhalla - e de como travam essas batalhas. Assim de repente, é capaz de soar mais ou menos ao mesmo que eu disse quando falei dos Týr, mas isto não é sequer semelhante, o que vem demonstrar a flexibilidade do sub-género folk, dentro do Metal. Aqui não há elementos instrumentais a transportarem-nos para paisagens nórdicas, não há as vozes limpas dos bardos contadores das histórias épicas... Em Amon Amarth há a crueza de uma voz bruta e gutural, sem excepções, e de um death Metal quase virtuoso. Há força, audácia e poder. E foi precisamente isso o que eles puseram neste álbum.
No seguimento de uma carreira recheada de lançamentos - cinco álbuns, um EP e duas demos - Johan Hegg e companhia regressaram aos originais com um trabalho que foi aclamado pela crítica em geral como sendo um dos melhores do seu ano.


Começam bem com este "Valhall Awaits Me". Sem se ensaiarem muito, entram-nos pelos ouvidos dentro com um ritmo rápido e uma descrição bastante detalhada de como chacinam o inimigo em batalha. Deveras inspirador.
A aceleração continua na faixa seguinte: a tal "Runes to My Memory".

Quando eu for grande quero saber fazer ventoinhas daquelas.

Desta feita, não falam do sofrimento do inimigo, mas do próprio. Quisera eu acreditar que quando se está à beira da morte, como neste caso, a inspiração nos invade desta forma... Simplesmente bela.

Mas mais bela e cativante ainda é a dita 'balada' do álbum, que nos leva à beirinha do precipício da lamechice, sem no entanto - e ressalvo esse honroso facto - nos deixar afundar nele. "Under the Northern Star" tem daqueles riffs arrepiantes que se enfiam no nosso subconsciente e não o largam mais. Acordamos com ele na cabeça e tentamos sacudi-lo de vez em quando, mas sem sucesso... E o pior é que de cada vez que o ouvimos corremos o risco de ficarmos com a vista turvada de tão... comovente que é. Não importa o quão duros sejamos, nem a voz cavernosa e quase primitiva de Hegg nos impede de sentirmos uma apertozinho no peito imaginando a cena dos guerreiros que são guiados pela estrela do Norte rumo a casa, após tantos anos de batalhas e tantos companheiros mortos.


"Cry of the Blackbirds", mais uma das grandes malhas deste trabalho.

Estes são para mim os pontos mais fortes do álbum, mas o resto segue na mesma linha como um todo coerente, sem momentos a que se possa chamar de fracos, verdadeiramente. Ou seja, estamos perante um trabalho que não pode ser ignorado. Ouçam, deixem entranhar, e digam de vossa justiça.

Pass: galaxiamusica.blogspot.com

Escolha da semana:
Uma das obras-primas de Nick Cave. Recostem-se, relaxem, prestem atenção à letra e apreciem.

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Anonymous Anónimo: e ora aki esta, sem duvida, uma das minhas bandas favoritas. 08/02/08, 19:15  

Blogger Sea B. A.K.A. Timba: Excelente texto. Só trocava o destaque da "Under the Northern Star" pela a "Asator" mas, também acho que é um excelente álbum e não dar destaque à faixa X ou Y acaba por ser um pouco "Injusto". Falaste no concerto epá, foi dos melhores em que eu marquei presença, até podiam ter mandado os Dimmu ir dar uma volta que eu não me importava :P 09/02/08, 01:48  

Blogger Lex: Pedro:
Quando eu soube da presença dos Amon por cá com Dimmu, e 'ouvi' por aí os comentários do pessoal que punham os vikings nos píncaros enquanto denegriam os Dimmu, não percebia com isso poderia ser algo mais que má-vontade para com os cabeças de cartaz. No entanto Amon deram-me uma liçãozita e não tenho vergonha de o admitir. :-) Eles são mesmo bons, caraças. Só continuo é sem concordar que Dimmu sejam tão maus quanto muitos os gostam de pintar, eheh! Mas isso são outros quinhentos. 11/02/08, 11:22  

Blogger Dimebag: curto bue amon amarth

podias era fazer um post sobre manowar, a minha banda favorita 11/02/08, 21:17  

Blogger Lex: Ui, Manowar... Esses precisavam de um artigo em 2 partes... Está na calha, mas é coisa que merece o seu tempo de maturação para ser escrita. ;-)
Também é uma das 'minhas' bandas. A seu tempo cá estará. 11/02/08, 22:50  

Blogger Dimebag: fico feliz por apreciares manowar

HAIL HAIL HAIL AND KILL!!!!

é a minha banda favorita. esses sim, são os guardioes do heavy metal. e sim, tinhas de escrever pelo menos dois artigos sobre eles. eles nao sao uma banda de power metal. eles sao o power metal!


depois passa no meu blog, o museu da mente. clica no meu nick e logo veras 12/02/08, 21:55  

Blogger Sea B. A.K.A. Timba: O problema de Dimmu Borgir foi que deram uma actuação muito fria e chegou a certa altura o Shaghrat tava com cara de quem queria por-se nas putas...

P.S.: Filii vai tocar em Barroselas e em Corroios c/ Watain :D) 12/02/08, 22:52  

Blogger Lex: "P.S.: Filii vai tocar em Barroselas e em Corroios c/ Watain :D)"

Assim é. :-) Agora é esperar que tomem o gosto à estrada e que espalhem o seu 'evangelho' por mais sítios. 14/02/08, 09:07  

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