... and Metal for All: Wolfheart
publicado por Lex

Já aqui falei sobre Moonspell em pelo menos duas ocasiões: pelos lançamentos de "Under Satanæ" e de "Night Eternal".

Mas porque ficou a faltar dizer muita coisa sobre a banda, e porque esta noite ficou marcada por um concerto na Maia (excelente como só eles sabem fazer), eis-me cá novamente a trazer-vos mais um dos seus trabalhos.

Esperem lá... "Mais um"? Não, não posso dizer que seja "mais um". É que este é O trabalho dos Moonspell. Aquele que ainda hoje, passados 13 anos sobre o seu lançamento, reúne menos discórdia e é aclamado pela maioria dos conhecedores como o melhor que eles já fizeram, apesar de toda a projecção mediática que a banda tem alcançado com os últimos dois discos de originais (para muita gente, é mesmo devido a isso...).

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É difícil pôr em palavras algo que se sente tão profundamente, como se fosse uma magia... como um feitiço. Da Lua, pois claro.
Não tive a felicidade de descobrir Moonspell em 1995, nesse ano mítico tanto para a banda como para os seus fãs e para o Metal português. Mas mesmo assim é-me impossível escapar à força que Wolfheart exerce em quem o ouve com a atenção e o sentimento devidos.
Este álbum desperta paixões como poucos. Despertou também muita gente para a banda, numa época em que era ainda mais difícil a música portuguesa singrar em Portugal, especialmente no Metal. 1995 fica para a história como o início da viragem (lenta, é certo, mas existente) desse panorama, devido ao Wolfheart.
É um disco que não tem uma única música fraca, e conta com duas das mais pedidas em concertos (pedidos esses aos quais a banda sempre fez ouvidos moucos, mas paciência): Trebaruna e Ataegina, dois temas de excepção na carreira dos Moonspell, mas que lhes valeram o rótulo de folk Metal. Um rótulo que só se lhes aplicou temporariamente mas que muitos teimam em manter até hoje. Tal como o de Metal gótico, de resto...

E depois, temos o hino de Moonspell, aquela faixa que nunca pode faltar ao vivo e que constitui o auge das actuações: Alma Mater. Esta é uma música potencialmente complicada, pois gera alguma polémica por causa de uma simples frase tirada do contexto. Quem não conhecer os Moonspell facilmente poderá ficar com a ideia errada de que simpatizam com a extrema direita - inclusive, alguns simpatizantes dessa facção política fazem também essa confusão, indo para os concertos erguer a mão em saudação fascizóide durante este tema, quando seria de pensar que fossem os primeiros a saber reconhecer os seus verdadeiros pares... Mas adiante. Para que não restem dúvidas, passo a explicar tudo tal como é:
Quando em Alma Mater os Moonspell cantam "voltando costas ao mundo, orgulhosamente sós" estão a usar uma expressão celebrizada por Salazar, sim, mas aplicada à sua própria realidade enquanto banda que se viu forçada a avançar sozinha e sem apoios em direcção ao patamar de excelência onde estão hoje. "Orgulhosamente sós" estiveram os Moonspell quando as editoras lhes batiam a porta na cara, quando ninguém queria saber deles. Salazar apenas forneceu uma frase que fica bem na métrica, se quiserem... E foi uma forma de espicaçar, sim, mas que nada tem a ver com as ideologias da banda.

Mais palavras para quê? Fiquem com a música, que vale mais do que elas todas.


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Blogger Covenant: Provavelmente o melhor álbum de Metal tuga.

A par do V12 e mais alguns. 26/07/08, 04:41  

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