... and Metal for All: 2008 em álbuns
publicado por Lex

E tinha mesmo que ser, não tinha?
Ainda hei-de encontrar outra maneira de encerrar o ano sem ser com um balanço. Cheguei a pensar em encerrá-lo com um escorrega, mas preferi jogar pelo seguro.

Nunca é tarefa fácil rebobinar 12 meses de lançamentos novos, especialmente se o ritmo ao qual eles saem cá para fora é mais alucinante a cada ano que passa. Simplesmente não há tempo para se escutar os álbuns devidamente - "escutar", disse eu... É bem diferente de simplesmente "ouvir", notem.
Por isso mesmo, eu prefiro dedicar mais tempo a menos álbuns do que tentar ouvir tudo e mais alguma coisa, na ânsia de me manter no pico da actualidade. É que não adianta, não consigo assimilar obras musicais com tanta rapidez - vocês conseguem?
Claro que há sempre aqueles casos que se ouvem uma vez e já dá para perceber que não se quer pegar neles nunca mais - esses são fáceis de arrumar para um canto, ou então os que desiludiram por serem uma boa intenção que não passou disso mesmo, que ficam a meio da tabela. E finalmente há os ditos "top's", que este ano, e pelo que me diz respeito, contam com cinco presenças de peso.
Mas comecemos pelas desilusões.


A mais gritante das desilusões de 2008 foi, para mim, o mui aclamado "Death Magnetic" dos Metallica. Siiiiim, já sei, há aí quem esteja a atirar-se ao ar e a benzer-se ao ler isto... "Sacrilégio", e tal... Mas ninguém consegue convencer-me que esta tentativa dos Metallica de voltarem às raízes não lhes saiu uns bons furos ao lado. Desde a capa (de significado susceptível de várias e maliciosas interpretações) até ao som, o álbum está inconsistente e as músicas - o principal, portanto - revelam não serem capazes de constituirem mais do que umas meras cópias de coisas que eles já tinham feito há muitos anos.
Do conjunto todo, apenas sobressai a "All Nightmare Long" e não é por muito tempo, sequer. Enfim, cá continuo à espera do tal D. Sebastião da banda da Bay Area... até ao dia em que me canse. Podem ver o artigo do BGM referente a este álbum aqui, cortesia do Higuita.

Outro balde de água fria: Týr, "Land".
Eu esperava muito deste álbum, já que o seu antecessor "Ragnarok" tinha estabelecido uma fasquia bem alta na qualidade da banda faroesa. No entanto, "Land" revelou-se um 'mais do mesmo' que podia ter resultado melhor. Morno, portanto. Podem ouvi-lo e ler mais sobre ele aqui.



Um álbum que me custa dizer que foi uma pequena desilusão também, é o "Blooddrunk" dos Children of Bodom. Não é que seja mau, nem por sombras, mas o facto de nunca mais me ter puxado para o ouvir, desde o seu lançamento quase no início do ano, quer dizer alguma coisa. Tenho imensa pena, porque os Bodom são daquelas bandas que irei ver sempre que se apresentarem ao vivo em Portugal, pela sua mestria técnica e pelas músicas passadas... mas estas de facto não convenceram. Fica para uma próxima. Entretanto, quem tiver curiosidade em saber o porquê desta opinião, pode ler o artigo aqui.

Passando agora áquilo que de bom 2008 nos trouxe, tenho cinco trabalhos a destacar.
Começo por uma boa redescoberta: "Redemption" dos Heavenwood. Os motivos estão mais bem explicados aqui , mas resumindo-os: já há muito tempo que esta antiga promessa do metal nacional era tida como morta, pelo que terem ressurgido com este álbum, com este nível, foi mesmo bom de se ver. Ou antes, de se ouvir.

A seguir, um regresso muito esperado: Amon Amarth com "Twilight of the Thundergod". Simplesmente brutal, este álbum não defraudou as expectativas dos fãs mais acérrimos da banda sueca. Só fica mesmo a faltar um concerto em nome próprio por terras lusas. Continuo a recomendar que ouçam a "Where is Your God?". Mais detalhes e álbum aqui.


Ainda outra reaparição, mas no panorama do Metal nacional: os Moonspell com o seu "Night Eternal", mais um trabalho de originais que não deixa a banda parar de ultrapassar fronteiras e de levar a nossa bandeira além mar. Um grande álbum que acrescenta mais uma pedra no caminho da consolidação da identidade de um colectivo que não raras vezes se deixou deambular por outras sonoridades - e muito bem - mas que parece agora ter chegado a um consenso no que respeita ao tipo de som que querem fazer. Ou então não, e no próximo álbum vão surpreender tudo e todos novamente, como se tornassem aos seus 20 anos. Mais detalhes neste link.

Há outro regresso a merecer destaque, desta feita vindo do Reino Unido. Há muito quem não goste deles, inúmeras são as críticas ao seu actual talento, ao vedetismo, ao carácter e à altura física do frontman da banda... Caraças, nem eu este ano lhes poupei uma crítica quando fizeram aquela fraca figura no Festival AlternaVigo. Mas apesar disso tudo, não tenho como não reconhecer quando mantêm a fasquia ao nível a que me habituaram nos últimos anos, no que respeita à composição musical e ao trabalho de escrita.
Com "Godspeed on the Devil's Thunder", os mal-amados Cradle of Filth dão mais um passo sólido na sua já longa carreira. Não posso dizer que seja um trabalho supreendente pois é 'típico' CoF - como já referi na respectiva crónica, aqui - mas digo que é um álbum óptimo para quem já gostava de Cradle.

E para o fim deixei aquele álbum que mais me tirou do sério este ano. Uma descoberta-relâmpago que aconteceu inesperadamente, de uma banda que ouvi literalmente ao calhas, sem saber practicamente nada sobre ela... e que me agarrou em questão de poucas horas.
Falo-vos dos alemães Haggard e do seu fantabulástico "Tales from Ithiria". Se ainda não o ouviram desde que falei dele, despachem-se a ir a este link, porque têm estado a perder audições preciosas.
Nunca outra banda que eu tivesse ouvido soube misturar tão bem o peso do Metal e a harmonia e complexidade da música erudita (não se assustem pois nem tudo o que é erudito é chato, vão por mim), e desde que eu escrevi aquela crónica, em Setembro, não parei de ouvir o "Tales...". Simplesmente não se consegue parar, é incrível a maneira como aquilo nos vicia. E de cada vez que o ouço sinto o mesmo entusiasmo, sem esmorecer. Logo, não podia deixar de considerar este como o meu álbum favorito de 2008, doa a quem doer.

Como sempre, ficam a faltar aqui muitos trabalhos do ano que agora finda, pelo que será interessante saber quais são os vosso eleitos, de modo a completar esta modesta lista.

De resto, apenas posso ansiar por um 2009 com ainda melhor Metal, e de preferência ao vivo.

A todos vós umas boas entradas no novo ano, e que o Metal esteja sempre convosco!

\m/

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Anonymous Anónimo: La terei eu de defender os metallica :) acho que esse D. Sebastião deles nunca chegará.. simplesmente, porque todo e qualquer album que façam é criticado.. este é porque tentaram copiar o som dos anos 80.. os outros é porque fogem das suas origens.. porque o Lars já nao sabe tocar, porque o James ja nao tem voz, porque o Rob parece um macaco em palco, enfim.. nunca saíria daqui..
Quanto ao album, penso que está muito sólido, e as musicas têm resultado muito bem ao vivo. É mais um excelente album, no seguimento do que fizeram ate ao black album.. mas isto é so a minha opinião. 01/01/09, 18:45  

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